terça-feira, 8 de setembro de 2015

Rascunhos de um eventual Hayekiano - II


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Petróleo
Pitaquinho expresso:

A entrada dos EUA no petróleo, com a aceleração causada pela fratura hidráulica e pela revolução dessa tecnologia na produção de gás natural (notem que são coisas um tanto distintas) mudou o mercado.

O consumo muito maior de gás levou a uma menor demanda por óleo em diversas frentes industriais e na calefação. Com o peso que os EUA tem na economia mundial, isso foi realmente significativo em termos globais.

A crescente geração por outras fontes de energia, e também novos combustíveis de biomassa, acelerou a coisa por outros caminhos.

Por muitos anos talvez o que tenha sustentado Venezuela e suas loucuras, assim como uma determinada opulência perdulária dos países produtores, especialmente do Oriente Médio não vai mais ser visto naquela escala.

Mas mesmo com menor uso em "densidade de energia", o consumo de petróleo pode ainda aumentar, devido ao que é apresentado no artigo, que é o reaquecimento da economia dos países industrializados.





A equação do petróleo

O mundo está inundado de petróleo e nada como petróleo barato para acelerar o consumo

Celso Ming - economia.estadao.com.br



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Ministros do TCU manobram para perdoar "pedaladas" fiscais do governo Dilma, diz O Globo

O ministro Vital do Rego, até recentemente senador pelo PMDB, muito ligado a Renan Calheiros, estaria manobrando para votar novamente o processo, analisando as explicações de cada uma das 30 irregularidades apontadas em abril, antes da votação no plenário agora

Meu comentário, no Infomoney, com a observação que estou me tornando repetitivo nisso, mas como disse Plínio Marcos (autor da peça Navalha na Carne, entre outras), “Se meus textos são atuais, o mérito não é meu. A culpa é do País, que não mudou?”

Pouco interessa "pizza" nisso.

Na verdade, pouco interessa as próprias leis, aquilo que de qualquer forma, "papel engole".

Economia move-se pelas suas próprias leis e processos, e inexoravelmente, fará esse ou qualquer governo futuro que não entenda a dureza dos seus processos e fatos em pó.

Nesse moinho, para a maior infelicidade, será acrescentada a população brasileira como principal matéria-prima.

A questão é só de tempo, não de possibilidades dentro das únicas coisas que atual mentalidade política que se julga dominante pode apresentar: populismo e demagogia.

3

O Brasil possui uma carga tributária que classificaria de média a alta entre as nações. Entre os de sua faixa de PIB / renda per capita, mostra-se uma anomalia, com uma das maiores pressões fiscais do mundo.

No atual momento já bem caracterizado como recessivo, com governo / estado claramente relutante e historicamente refratário em reduzir seus gastos, o aumento de impostos, ainda que como parte da solução, mostra-se cada vez mais uma tendência no conjunto de medidas a ser tomado.

A curva de Laffer trata de mostrar o dilema que o governo enfrentará, com setores internos informalizando-se, com a economia “se enterrando” e se abrigando da voracidade tributária, ainda que com o risco da sonegação, pois não pode por esse caminho ser mais asfixiado.

Isso levará a uma redução da arrecadação por si, mas há algo que deve-se somar.

Como a carga tributária brasileira é relativamente alta, e a capacidade de investimento do estado é praticamente nula, sua prestação de serviços não muito significativa - e mesmo assim entrará no ponto que trato - o que resta de peso em seu fluxo é o pagamento de funcionários públicos, aposentados, etc.

Como evidenciou-se no colapso - inclusa corrupção pesada - do Distrito Federal, e do Rio Grande do Sul, primeiro entre os estados - pois mais virão - com seu retardo de pagamento de salários após décadas de uma marcha inexorável para a inoperacionalidade. Há mais estados e um verdadeiro enxame de municípios na mesma marcha.

Entenda-se que o fluxo de caixa dessas unidades da federação e suas partições está “desencaixado”, não conseguindo abastecer o ritmo de custos fixas com o médio de receitas.

Agora, repitamos, como a garga tributária brasileira é alta, e muito do nosso econômico por isso mesmo dependa da existência e operação do estado, é evidente - peguemos o Rio Grande do Sul, que o retardo, entre outras reduções, de pagamentos conduzirá a um correspondente retardo no consumo, que corresponderá por sua vez a um retardo nas receitas da união, das unidades e partições, que estando todos em deficit ou dele se aproximando, retroalimentarão o processo, conduzindo a ainda mais déficit e necessidade de retardos, ou, insanamente, em tentativas de resolver-se o problema por aumento de carga tributária, caindo mais ainda na fase descendente da curva de Laffer.

Citando a prosa poética de Og Mandino: o estado brasileiro em todos os seus níveis acumula os vícios que por fim serão as amarras que lhe aprisionarão.

Observação: para o caso do Rio Grande do Sul, agora talvez alguém  entenda o custo que teve desprezar-se uma montadora de porte por puro ranço ideológico, que incluia um raciocínio absurdo que considerava como perda uma arrecadação que em caso de não existindo a montadora, também essa não existiria.

Não só não existe algo como almoço grátis, como quando ele é devido, posteriormente é implacavelmente cobrado.

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