segunda-feira, 16 de julho de 2012

A corrida nacional do ouro negro - Será?

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Recomendo a leitura de :





I - Sobre descobertas de gás em campos
que não produzem petróleo


Um fator desgraçado - e este é exatamente o termo - de nossa terrinha pode ser entendido por comparação com os gigantes EUA, China e Alemanha, por exemplos maiores.

Se um campo de hidrocarboneto aponta nestes países (ou em territórios onde explorem) gás e não petróleo (aqui entenda-se predominantemente hidrocarbonetos líquidos, pois quase sempre petróleo contém gás dissolvido - dito no meio “associado” ou o reservatório contém gás aprisionado - o “não associado”), o conceito maior é energia, e todos gritam vivas (talvez não tanto como se encontrassem petróleo, mas gritam).

Logo vem a geração em termoelétricas a gás, a liquefação, a logística para colocar aquela fonte em produção para a necessidade permanente de crescimento de geração que possuem.

Aqui, não achar aquilo exatamente que se procura - predominantemente petróleo - é similar a um desastre, pois não se possui grandes graus de liberdade nos investimentos para poder propiciar alguma saída do produzido.

Soma-se a isto que somos pequenos no jogo comercial internacional, portanto, não podemos desaguar descobertas em exportações, seja de produto direto, seja de produtos de uma cadeia, que por exemplo, aqui, inicie-se com energia (cito sempre o exemplo do vidro e das cerâmicas, que são extensivos em gasto de combustível, mas não determinados pelas matérias primas, normalmente abundantes).


II - O “Grupo X”


Não tem como este grupo diminuir seus custos na área de petróleo.

A produção de petróleo off shore implica em às vezes se gastar 100 milhões para um poço pouco produtivo e com sorte, gastar-se pouco (relativamente) para um poço altamente produtivo. Mas na média, a coisa sempre é caríssima, e extensiva em capital.

Poderia explicar o acima com a pergunta: cortar custo em que variáveis?

Enquanto isso, o preço do barril, que poderia cobrir altíssimos custos (e isto vale para qualquer “terreno” de produção) sendo mantido pressionado por uma alta competição de petróleo de qualidade do mundo inteiro, às vezes obtido à algumas dezenas de metros de profundidade, de mineração e processamento de areias betuminosas e até, no mesmo cenário, de lâminas d’água em que plataformas não custam bilhões e sim, algumas dezenas de milhões.

O problema fundamental é que o “grupo X” não é uma empresa de petróleo, e sim uma enorme estrutura para captar investimentos e empréstimos públicos.

Acredito que lamentavelmente vai arrastar todos que compraram seus papéis e o volume de empréstimos que tomou na praça para o ralo de uma megalomania ufanista.



De um chefe de um comentador do blog Bolha Imobiliária:

Negue, negue sempre, negue até depois de morto e o problema vai sumir…



III - O “Grupo X”, um complemento, válido para outros


Note-se que coloquei no texto acima apenas a pressão das areias betuminosas, que num determinado momento, lá por 2008-2009, fizeram o Canadá ultrapassar em fornecimento para os EUA por alguns meses a Arábia Saudita.

Preço é tudo, podem espernear o quanto puder aqueles que pretendem contrariar isso.
Mas a questão é ainda mais complexa para um teto para o preço do barril.

Este artigo trata do que seria um cenário mais amplo:


Acrescento que uma matriz mais complexa de produção de energia, com etanol celulósico, biodiesel de diversas fontes, biocombustíveis de gerações superiores, cogeração, crescimento dos carros elétricos e uso de eletropropulsão em diversos modais, manterá uma geração de riqueza focada apenas no petróleo bastante limitada.

Não é a toa que todas as grandes petrolíferas do primeiro mundo estão se tornando empresas de energia, e não apenas se expandindo com empresas de petróleo.


Para mim a frase mortal sobre o cenário do "grupo X" foi esta:

“Apesar de uma campanha de exploração excelente, que está sendo bem-sucedida, a OGX, principalmente, sempre vem a mercado com números que não consegue entregar.” – Hersz Ferman, sócio da gestora carioca Yield Capital.


Extras


I

Num destes recentes finais de semana, tive um "estalo" sobre determinada questão que já me atormentava.

Tem sido permanentemente martelado pelos defensores de um "Brasil Maravilha" de que nosso volume de endividamento da população é baixo em relação a países desenvolvidos (o que dá no mesmo que dizer aqueles clichês tipo "o mercado de crédito no Brasil ainda engatinha").

Pois bem, peguemos o caso dos EUA, Alemanha e Japão, que para minha alegria, constam explicitamente na Wiki EN, em artigo sobre o tema.
Nos EUA, O PIOR DOS TRÊS, os salários beiram 57% do PIB, em números de 2005. Na China, o valor decresceu:

Interessante artigo sobre o tema:

No Brasil, a valores de 2010, os salários equivaliam a 35% do PIB em 2010, e mesmo com um aumento, ainda não passam significativamente disto.
Colocando a coisa em números bem simples, um endividamento de qualquer percentagem do PIB, para nós, equivale em "mordida" nos salários de aproximadamente (57/35) 1,63 vezes o mesmo esforço sobre os estadunidenses.

Sobre este "pequeno problema", nós ainda apresentamos renda de uns 11 mil dólares, pouco mais de um terço da falida Grécia, por exemplo, o que só nos agrava o problema. Nem falemos dos EUA, com PIB per capita noutra faixa superior, ainda que com todas suas desigualdades (inferiores às nossas, mais uma vez, infelizmente).

Nossa situação é terrível, em suma, e muitas das análises apresentadas apenas "aparentam" ter números bons, é a simplíssima conclusão que cheguei.


Quem compra o supérfluo pode ter que vender o necessário.


II

De Lições que aprendi como investidoropequenoinvestidor.com.br

Destaco: 

16. Ativos geram renda; passivos geram despesas. O segredo da riqueza é ter muitos ativos e poucos passivos.

17. Se você é proprietário da casa em que você mora, ela é um passivo. Não entendeu? Leia o item 16 novamente.

24. Uma bolha não é definida por seu estouro, mas por preços injustificados.

41. Repito: não acredite em boatos. Acredite em balanços.

54. Empresa que só dá prejuízo quebra.

57. Imóveis podem dar prejuízo.

75. Gênios podem tomar prejuízos geniais na bolsa de valores. O mercado não respeita QI; respeita quem não faz besteira.

80. A economia brasileira não é especial; ela funciona com base nos mesmos princípios econômicos que as demais economias do planeta – apesar do que dizem Lula e Dilma.

91. O governo quer que você se endivide – assim como ele.



III

Ideias imbecis para o ensino
1. Manifestação conjunta ABC e SBPC sobre o PLC 180/2008 que obriga a adoção de quotas para ingresso em universidades públicas e proíbe a realização de exames vestibulares.
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=83129

Devemos ter até admiração pela quantidade de ideias estúpidas que nossas lideranças produzem. Chegam a ser prodigiosos nisto!

Sim, me odeiem. Sou o palhaço insano que há tempos quer que o circo pegue fogo de vez.

Este papinho de "igualdade pelas medidas" é lindinho, utópico e como sempre, tal coisa, IMBECIL.

Há uma enorme tendência, e o econômico muito já mostrou isso, até em bem sustentados termos matemáticos, que a mais bem intencionada na aparência das utopias não tarda a tornar-se a mais desastrosa e terrível das distopias.

O conhecimento, intimamente relacionado com a capacidade, é, por excelência, o mais meritocrático dos campos da vida humana.

Tentar burlar isso não tardará a planificar, necessariamente por baixo, todo o sistema.

Como é um sistema encadeado desde o primeiro ano de ensino, encadear-se-á (ôh mesóclise terrível!) de sendo no topo medíocre e limitado, contaminar daí para baixo/antes com os mesmos padrões. Obviamente, tal encadeamento perpetuará (se já não vivemos na verdade nisso) um sistema permanentemente sem qualidade.

Por fora deste sistema que me parece já roto, pincela-se o pavoroso quadro que é mal pago, e não atrai pessoas de qualidade, pelo simples fato, há mais de 30 anos evidenciado pela minha mãe, então profissional do segmento da educação média, que basta ser vendedora de loja de shopping para ganhar mais, e em muitíssimo melhor ambiente, que uma professora de primário.

O Brasil é realmente o país do futuro, e com ideias primárias e fundamentalmente errôneas deste tipo, por muitos anos, continuará sendo.

Só lamento.


IV

Do blog Bolha Imobiliária:

Preço é o que você paga, Valor é o que você leva.
Quem põe o Preço é o vendedor, quem dá o Valor é o comprador.
Se o Preço for muito maior que o Valor então é mal negócio, você esta jogando dinheiro fora com o ágio.

O preço de qualquer coisa é igual a quantidade de vida que você troca por ela. - Henry Thoreau


V

Uma pérola de sabedoria sobre crédito:


Lamento, não é que você não mereça. Eu que não tenho condições de lhe vender fiado. - De um pequeno cartaz num bar em São Paulo.


VI


Dívida Pública Federal soma R$ 1,922 trilhão em maio:


m.estadao.com.br - Dívida pública federal soma 1922 trilhão em maio

Relatório Mensal da Dívida Pública Federal - http://www.stn.fazenda.gov.br/hp/relatorios_divida_publica.asp

O crescimento da dívida apontou 2,2% de abril para maio.

Isto dá 29,84% anualizado. Uma insanidade.

Só o valor no período já dá quase o crescimento do PIB previsto por alguns “palpites”.

Mas claro que pode ser um “pulso”. Façamos um “amaciamento”.

À metade, dá 14,03% anualizado. A um quarto, dá 6,8%.

Isso casa com o que eu e mais meia dúzia de blogueiros e alguns economistas da "turma pessimista" tem alertado: a dívida pública brasileira está, sim, fora de controle no completo sentido do termo.


"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada". - Ayn Rand - filósofa russo-americana


VII


Um día estava Diógenes comendo um prato de lentilhas. Nesse momento chegou Aristipo, outro filósofo que vivía em luxo bajulando ao rei Alexandre, O Grande, e lhe disse:

- Olhe, se fosses submisso ao rei, não terias que comer este lixo de lentilhas.

Diógenes lhe contestou:

- Se tu tivesse aprendido a comer lentilhas, não terias que rebaixar-te bajulando ao rei.

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