terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A persistência da pobreza (e ainda alguns tropeços)


Recentemente, leu-se notícias sobre estatísticas de aumento da pobreza no Brasil. Notícias sobre o tema são recorrentes, e qualquer revisão rapidamente localiza um passado destas tristes notas.
Mas no concentremos aqui num ponto, que tem exata relação com o colapso (e este é o termo) que enfrentamos desde 2014, com crescimento do PIB de 0,5% em relação a 2013, (para/contra um crescimento da população de aproximadamente 0,7 a 0,8%) e um déficit público inédito da escala de dezenas de bilhões de reais, atingindo, pois, fração que se aproximava de 1% do PIB, e posteriormente, piorando, apesar de nossa brutal carga tributária.

Uma nota rápida: na verdade, pela evolução da dívida pública, nossa situação de contas públicas nunca ficou realmente “boa”.




A pressão do crédito, pela e-nésima vez

Apontei - na verdade, humildemente, demonstrei - no meu artigo mais formal sobre "pressões" econômicas que nossa “pressão” causada pelo crédito atingia valores intoleráveis para nossa população, e como erro grave de análise, desconsiderei os juros em sua intensidade, valor, que obviamente, por exemplo, são mais altos que os juros de Espanha (menos de 0,8% no período 2014-2018) e Grã-Bretanha (mesmo teto de 0,8%, com valores mais baixos no passado do mesmo período de 2014-2018), com nossos esmagadores valores (de média no mesmo período de uns 10%, piso acima de 6% e teto pelos estratosféricos 14%), e concordo e aceito, juros nominais, mas...

Aqui teríamos de incluir uma inflação para o período 2003-2014 que nunca esteve abaixo de 3% ao ano (o grande período de expansão brutal do crédito - como chamo, o “período Mantega”, “aquele para quem papel paga tudo”). Estes valores nos levam a uma taxa de juros reais, grosseiramente calculando, de uns 3%, o que é uma taxa piso para os juros bastante alta, com o alerta geral (perdão pela ironia infame) de que ninguém no país, com raríssimas e meio anômalas exceções, toma juros a esta taxa anual, basta ver qualquer financiamento mesmo do BNDES, imaginemos o consumidor final em qualquer carnê de lojas de departamento, mas forcemos o argumento.

Essa desproporção necessitaria um fator de correção ao meu análogo de Frank para a pressão do crédito, mas confesso, tal índice ainda não cheguei numa confiança em seu desenvolvimento, então, por hora, fiquemos com um piso de juros reais de 3% dividido por uns caridosos 1% dos demais países, o que dá um multiplicador grosseiro mas ilustrativo para a pressão que o tomador de crédito brasileiro sofre de umas três vezes, desconsiderando aspectos do saldo de pobreza que resta para os demais ítens de consumo (em suma, aquilo que os análogos de pressão fiscal de Frank sempre mostram).

Observe-se que restar ao canadense, por exemplo, metade de sua renda bruta após os tributos corresponde a receber como resposta muito mais do estado do que o que resta ao pobre brasileiro após os seus tributos - o permanente problema do nosso triste retorno dos tributos - mas sabemos que isso sempre foi, na cabeça de nossos governantes, um mero detalhe.


O colapso previsto e inexorável

Lembremos inicialmente que como qualquer consultor em finanças pessoais sempre alerta, os juros são um péssimo gasto. Os juros pagos numa fatura parcelada de cartão de crédito não viram um belo carro, uma bela camisa, sequer um supérfluo perfume ou uma divertida bebida alcoólica para relaxar no final de semana. É um dinheiro para o consumidor, sejamos bem claros, perdido, apenas debitado, e só entra como troca pelo tempo que ele comprou na antecipação da aquisição de um bem ou serviço ou prorrogando um volume maior de mais pagamentos a serem feitos.

O que o período Mantega fez, com expansão de crédito, foi propiciar o consumo dos bens e serviços antecipados a uma mais prudente poupança para o consumidor, destaque-se de mais baixa renda, pior ainda se em algo sem a menor recuperabilidade como turismo, que após consumido não pode ser revendido - não existe o “serviço usado”, não existe o “corte de cabelo “semi-novo”" - e em anomalias como favelado comprando tablet, exemplo mais gritante, que pode ter fomentado a produção industrial (até na China, triste fato para nós, felicidade para eles) durante algum tempo, mas adiante, pela carga de juros acrescentada às costas da população, não tardaria por reduzir seu consumo, ou para compensar um certo volume de inadimplência, e ele e é foi alto, ainda mais carga de juros, acelerando o colapso do ilusório círculo vicioso travestido de virtuoso.

Não havia possibilidade de outro destino, desde o começo.

A pergunta que fica no ar é: Tentarão de novo esta tolice?

(Um título para um já profetizado futuro artigo: “A eterna insistência no vôo de galinhas”)


Mais bocas a mesa, uma anotação rápida

Uma preocupação permanente que os dirigentes brasileiros tem de ter é propiciar (ou, sejamos diretos, ao menos não impedir) um crescimento econômico acima do crescimento vegetativo da população, pois enquanto tivermos, desesperadamente, um crescimento do número de bocas a alimentar acima do crescimento da geração de riqueza da nação, não estaremos produzindo uma população mais rica (e aqui a distribuição pouco interessa como solução, mas inclusive agrava a situação, como vimos, historicamente por inflação, recentemente por juros).

Estaremos, como digo em consultorias de empresas que passaram por forte alavancagem provocando com que a carga de juros sofridos ultrapassem a capacidade de produzir lucro, o efeito tesoura, não crescendo como pinheiro, firme e para o alto, mas crescendo como “rabo de cavalo, que até pode ser bonito, mas ruma ao chão e não situa-se em local muito agradável”.


Uma rápida revisão, retrocedendo ano a ano.

2018

Em 1 ano, aumenta em quase 2 milhões número de brasileiros em situação de pobreza, diz IBGE

Número passou de 52,8 milhões em 2016 para 54,8 milhões em 2017, um crescimento de quase 4%. Já pobreza extrema aumentou 13%, passando a atingir 15,3 milhões.

Daniel Silveira, — 05/12/2018 - g1.globo.com

2017

Entrevista: Brasil pode voltar ao mapa da fome da ONU, diz economista do Ibase - 22/10/2017 - epocanegocios.globo.com

Alta do desemprego, o avanço da pobreza, o corte de beneficiários do Bolsa Família e o congelamento de gastos públicos contribuem para aumento da fome no país

2016

Depois de 13 anos de PT, Brasil tem 73 milhões de pobres (36% da população) -- CLÓVIS ROSSI, na FOLHA - 22/05/2016 - www.noticiasagricolas.com.br

“Depois de pouco mais de 13 anos de governo do PT, o partido que sempre se considerou o paladino dos pobres, o Brasil conta com 73.327.179 pessoas pobres -o que dá cerca de 36% de sua população total.

Não sou eu quem o diz, mas o sítio oficial do Ministério de Desenvolvimento Social de Dilma Rousseff, ao informar sobre o Cadastro Único para Programas Sociais, que "reúne informações socioeconômicas das famílias brasileiras de baixa renda -aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa".

Famílias de baixa renda é um piedoso eufemismo para pobres ou, até, para miseráveis, conforme se pode ver quando se separam os cadastrados por faixa de rendimento: de R$ 0 até R$ 77 -38.919.660 pessoas;
de R$ 77,01 até R$ 154 -14.852.534; de R$ 154,01 até meio salário mínimo -19.554.985.

O total é um estoque infernal de miséria e pobreza. Pode até haver mais, porque o cadastro inclui 7,8 milhões de pessoas que ganham mais que meio salário mínimo. Mas não especifica quanto mais.

O estoque existente em janeiro de 2015, a data mencionada no sítio do ministério, torna suspeita a propaganda petista segundo a qual 45 milhões de pessoas deixaram a pobreza nos anos Lula/Dilma.”


Referências


PIB cresce 0,5% em 2014 chega a R$ 5,8 trilhões - 17/11/2016 - agenciadenoticias.ibge.gov.br

“O PIB chegou a R$ 5,779 trilhões em 2014 e o seu crescimento em relação a 2013 foi revisado de 0,1% para 0,5%. O PIB per capita (R$ 28.498) teve queda de 0,4% em relação a 2013. Foi a terceira queda nesse indicador desde o ano 2000, sendo que os recuos mais recentes ocorreram em 2003 (-0,2%) e 2009 (-1,2%).”

População do Brasil chega a 207,7 milhões de pessoas em 2017, segundo o IBGE - 30/08/2017 - ultimosegundo.ig.com.br

“Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quarta-feira (30) indica que o Brasil tem 207,7 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento populacional de 0,77% entre 2016 e 2017. Apesar de haver uma elevação na população, houve desaceleração em relação ao ano anterior. Na comparação de 2016 com 2015, a taxa de crescimento populacional foi de 0.8%.”

Efeito tesoura: o que é e quais são suas causas - 07 de abril de 2016 - www.asaas.com

“O que é o efeito tesoura?

O conceito, desenvolvido pelo francês Fleuriet na década de 70, baseia-se no fato de uma empresa precisar de capital de giro cada vez maior e dispor de um saldo em tesouraria cada vez menor, negativo. O nome efeito tesoura vem da forma como as linhas do gráfico dessa relação ficam dispostas: como uma tesoura aberta.”

Contas do setor público têm primeiro déficit da história em 2014 - Alexandro Martello - 30/01/2015 - g1.globo.com

No ano passado, foi registrado déficit primário de R$ 32,53 bilhões, diz BC.
Após pagar juro, resultado é um dos piores do mundo e dívida pública sobe.

Pressões econômicas - Scientia

Uma rápida análise das proporções entre carga tributária e renda, expressa pelo PIB per capita, e por similaridade, a proporção entre volume de crédito e renda.

“Percebe-se que nos países apresentados, já ocupávamos a segunda posição em 2008, e em 2012, passamos à primeira posição, sendo que todos os países aí mostrados tem um PIB per capita pelo menos mais de 3 vezes o nosso. O problema é de tal monta que novamente repetimos que imprecisões, fontes desatualizadas e flutuações oriundas de erros até significativos não alteram a análise.”

Espanha - Taxa De Juro - pt.tradingeconomics.com

Reino Unido - Taxa De Juro - pt.tradingeconomics.com  

Entenda as metas de inflação e seu papel na economia - 09/01/2015 - g1.globo.com  



Renúncia Tributária – Juros Excessivos – Déficit Nominal – Ajuste Fiscal – Depressão – Déficit Primário - Fernando Nogueira da Costa in Conjuntura Econômica  23/02/2016 - fernandonogueiracosta.wordpress.com


Leituras recomendadas

Uma recomendação de leitura rápida e didática, ainda que, ao meu ver, com os vícios de esquecer que o problema não é apenas distribuição da riqueza bruta, uma não muito eficiente apenas redução da desigualdade, mas brutal (repetição necessária) geração de riqueza per capita, o velho e distorcido “fazer o bolo crescer antes de dividí-lo”.

Mas neste texto, aponta-se um tema permanente de meus estudos: somos uma sociedade extremamente improdutiva para os parâmetros atuais do “turbo-capitalismo”, e sofreremos gravemente adiante com as ondas de choque na nova revolução industrial, onde pouco importará baixo custo da mão-de-obra, e o clássico problema de Adam Smith (da permanente oferta da mão-de-obra) enfrentará fortes mudanças de paradigmas.

Felippe Hermes - Afinal, por que é que o Brasil nunca deixa de ser pobre? - super.abril.com.br
Spoiler: porque o único caminho para enriquecer é diluir a concentração de poder político-econômico. E o que fazemos é justamente o contrário


quarta-feira, 28 de março de 2018

Rascunhos de um eventual Hayekiano - X


1

Mundo óleo e gás


Mesmo com a pressão nos preços, ação reativa exata do represamento com vistas a deter processos inflacionários do período PT, os resultados da Petrobras não saíram do atoleiro em que foi enfiada.

Rodrigo Polito, Juliana Schincariol, Camila Maia e Renato Rostás; Perdas da Petrobras somam R$ 160 bi - www.valor.com.br - 16/03/2018

Destacamos:

“A Petrobras teve, em 2017, seu quarto prejuízo anual consecutivo, de R$ 466 milhões.“

Petrobras fecha 2017 com prejuízo de R$ 446 milhões e tem quarto ano de perdas
Resultado foi impactado por acordo em ação coletiva de investidores dos EUA
www1.folha.uol.com.br - 15.mar.2018


"A Petrobras é muito mais um instituto de previdência, que trabalha para os funcionários, do que uma indústria lucrativa, que trabalha para seus acionistas (a sociedade)." — Roberto Campos

Roberto Campos chamava a Petrobras de Petrossauro, repetindo a frase do Presidente Castelo Branco que dizia: "Se é eficiente não precisa do monopólio, se precisa, não o merece".

Roberto Campos; LIBERALISMO: Roberto Campos em sua melhor forma;,Edições LeBooks, LeBooks Editora , 2017. - books.google.com.br


2

Uma rápida observação sobre carga tributária do seminal pensador em Economia:

“Não há nenhuma outra arte que um governo aprenda tão rápido quanto a arte de tirar dinheiro dos bolsos das pessoas.” Adam Smith

Adam Smith; LIBERALISMO - Adam Smith: Formação de Preços e a Mão invisível; Edições LeBooks, LeBooks Editora , 2017. - books.google.com.br


3

Nos anos 1970, usar meias esportivas de cano alto, com grandes listas coloridas, era moda. Provavelmente, eram oriundas em design das meias dos jogadores profissionais de basquete dos EUA. Curiosamente, sofri deboches quando certa vez apareci na escola com meias deste tipo com duas listas, uma verde e uma amarela. Talvez não fosse moda naquela época cores relacionadas com a bandeira. No início dos anos 1980, ainda era moda meias entre os praticantes de basquete de cano alto, e me orgulhava de minhas meias altas atoalhadas da marca Pony.

Hoje, enfrento comentários de minha companheira de que tenho de parar de usar meias de cano médio, e usar meias de cano curtíssimo, rente a borda do próprio corpo do tênis, e olhe que não estamos falando de tênis de cano alto, muito típicos do basquete. Meias passaram a ser praticamente parte do que seja um revestimento interno dos tênis, e olhe lá.

Somos muitas vezes e até imperceptivelmente vítimas da obsolescência perceptivel / perceptiva/ percebida.

Da obsolescência programável somos realmente vítimas, mas esta não é nem um pouco sutil, sendo autoritária e impositiva.

Conforme a trivial Wikipédia:

“A obsolescência perceptiva é uma forma de diminuir a vida útil dos produtos que ainda são perfeitamente funcionais e úteis. Os fabricantes lançam produtos com aparência inovadora e mais agradável, além de pequenas mudanças funcionais, dando aos produtos antigos aspecto de ultrapassados. Dessa forma, induzem o consumidor à troca. Um bom exemplo é a moda, que se modifica de forma a estimular a frequente aquisição de novos modelos de vestuários.” - pt.wikipedia.org - Obsolescência

Obs.: Merece tradução:

en.wikipedia.org - DMSMS  

A diminuição de fontes de manufatura e escassez de material (DMSMS, Diminishing manufacturing sources and material shortages) ou a diminuição de fontes de manufatura (DMS, diminishing manufacturing sources) são definidas como: "A perda ou perda iminente de fabricantes de itens ou fornecedores de itens ou matérias-primas." DMSMS e obsolescência são freqüentemente usados de forma intercambiável. No entanto, a obsolescência refere-se à falta de disponibilidade devido a mudanças estatutárias ou de processo e novos projetos, enquanto o DMSMS é uma falta de fontes ou materiais.


Um exemplo notório nos últimos tempos é a diminuição da disponibilidade de elementos “terras raras”, essenciais para díodos emissores de luz e todo o mundo de telas geração de imagens e a disponibilidade de cobalto, fundamental para a produção de certas partes das baterias de lítio.

No campo da obsolescência perceptível, existe a terminologia, obsolescência de estilo (style obsolescence), segundo a própria Wiki em inglês::

“Quando um produto não é mais desejável porque saiu da moda popular, seu estilo é obsoleto. Um exemplo é jeans de perna larga; Embora este artigo de vestuário possa ainda ser perfeitamente funcional, não é mais desejável porque as tendências de estilo se afastaram do corte de perna alargada.

Por causa do "ciclo da moda", produtos estilisticamente obsoletos podem, eventualmente, recuperar a popularidade e deixar de ser obsoletos. Um exemplo atual é o jeans "acid-washing", que era popular nos anos 80, tornou-se estilisticamente obsoleto em meados da década de 1990 e retornou à popularidade nos anos 2000.” - en.wikipedia.org - Obsolescence


Um conceito relacionado

“O risco de obsolescência é o risco de um processo, produto ou tecnologia utilizado ou produzido por uma empresa para fins lucrativos se tornar obsoleto e, portanto, não mais competitivo no mercado. Isso reduziria a lucratividade da empresa. O risco de obsolescência é mais significativo para empresas de base tecnológica ou empresas com produtos ou serviços baseados em vantagens tecnológicas.” - www.investopedia.com



Algumas citações

“Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca serás pobre; se vives de acordo com as opiniões alheias, nunca serás rico.” - Lúcio Aneu Sêneca (4 a. C. – 65 d. C.), filósofo, escritor, mestre da arte da retórica, membro do senado, questor e magistrado da justiça criminal, durante o Império Romano.

Meu comentário:

Encontro muito mais sabedoria no bando de pobres coitados analfabetos científicos (e até naturais) da antiguidade clássica que no bando de pateta deslumbrado vivo hoje.

“A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor. A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira.” Leon Tolstoi (1828 – 1910), escritor do Império Russo


“Quantas coisas há no mundo das quais não preciso!” - atribuído a Sócrates, quando em visita a uma feira, noutra versão “Como são muitas as coisas do mundo de que não necessito.”

Gemmas, marmor, ebur, Tyrrhena sigilla, tabellas, Argentum, vestes Gaetulo murice tinctas, Sunt qui non habeant, est qui non curat habere;
[Marfim, mármore, berloques, estátuas tirrenas, pinturas, prataria, roupas tingidas de púrpura getuliana, Muitos passam sem tais coisas, outros sequer se importam.] Horácio, Epistulae, II.2.180.


Recomendação de leitura

Matteo Zallio & Damon Berry (2017) Design and Planned Obsolescence. Theories and Approaches for Designing Enabling Technologies., The Design Journal, 20:sup1, S3749-S3761, DOI: 10.1080/14606925.2017.1352879 - www.tandfonline.com

Arthur Schopenhauer; Aforismos para a Sabedoria de Vida - ateus.net
Em PDF, nos nossos arquivos:

terça-feira, 20 de março de 2018

Rascunhos de um eventual Hayekiano - IX



De anotações rápidas feitas no blog Bolha Brasil:

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1
Não, nunca foi!

Leia-se: Nunca ficamos ricos, sequer realmente remediados.

Nielmar de Oliveira; IBGE: 50 milhões de brasileiros vivem na linha de pobreza; 15/12/2017 - agenciabrasil.ebc.com.br

Destacamos:

“Cerca de 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07 – ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial para definir se uma pessoa é pobre.

Os dados foram divulgados hoje (15), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2017 – SIS 2017. Ela indica, ainda, que o maior índice de pobreza se dá na Região Nordeste do país, onde 43,5% da população se enquadram nessa situação e, a menor, no Sul: 12,3%.

A situação é ainda mais grave se levadas em conta as estatísticas do IBGE envolvendo crianças de 0 a 14 anos de idade. No país, 42% das crianças nesta faixa etária se enquadram nestas condições e sobrevivem com apenas US$ 5,5 por dia.“

2
Não, já não ia!

Leia-se: Já apresentávamos sintomas de que travaríamos qualquer crescimento.

Richard Jakubaszko; País poderá passar por apagão de combustíveis; 4 de julho de 2012 - www.scotconsultoria.com.br
Destacamos:

“As perspectivas não são exatamente boas para o abastecimento de combustíveis. Falta de senso político do governo federal, de um lado, e de outro a ausência de transparência por parte dos empresários do setor sucroenegético, há uma autêntica queda de braços entre governo e empresários, hoje recheado de multinacionais, e tudo leva a crer que vai sobrar tempestades para os mariscos, ou seja, a patuleia.

País poderá passar por apagão de combustíveis.

Setor sucroenergético sofre com falta de investimentos e pouca transparência com relação às posições do governo.

Com novos planos, a estatal brasileira do petróleo refez suas metas e anuncia que deverá produzir menos petróleo, tendo que substituí-lo pela importação de mais gasolina e do etanol americano ou pelo etanol de cana.”


QUEILA ARIADNE; Logística ruim faz país correr risco de apagão de gasolina  05/11/12 - www.otempo.com.br

Destacamos:

“Até setembro deste ano, foram vendidos no Brasil 29,02 bilhões de litros de gasolina, uma média de 3,22 bilhões de litros por mês, 9,1% acima da média mensal do ano passado. Diante de um consumo crescente - que tem obrigado o país a importar cada vez mais - e de uma logística comprometida, o governo federal já começa a se mexer para evitar o desabastecimento, principalmente em novembro e dezembro, quando a demanda aumenta cerca de 10% em relação aos demais meses.”


3
Não, não vai!

Leia-se: Continuamos a apresentar gargalos que nos estrangularão qualquer possível crescimento acima de certos níveis.

RICARDO MAGRO ALERTA PARA “APAGÃO” NO FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEIS; 18 DE MAIO DE 2017 - www.brasil247.com / Outra fonte: www.refinariademanguinhos.com

Destacamos:

“O advogado e especialista no ramo de combustíveis Ricardo Magro externou a preocupação com um potencial colapso no fornecimento de combustíveis no Brasil nos próximos anos. O argumento de Magro, calçado na perspectiva de melhoria do cenário econômico, projeta uma deficiência no espaço de infraestrutura para importação.

"O Brasil atualmente está importando perto de 400 mil barris dias de combustível. Este volume vem tomando o limite do espaço existente no Brasil para importação de derivados. Desta forma, havendo crescimento da economia, que implique em um consumo maior de combustíveis, certamente existe o risco de um apagão no fornecimento", sustenta Magro.”


De brinde

Omissão do BNDES e do governo põe em risco o Programa Nuclear; 13 de dezembro de 2017

A fonte é ruim, mas a fonte da fonte é, ainda que levemente “avermelhada”, boa:
“Fonte: Clube de Engenharia” - www.vermelho.org.br

Destaque-se:

“...projeta uma deficiência no espaço de infraestrutura para importação”

Comentário no blog Bolha Brasil:

Se nossa economia sofrer certos níveis de aceleração, sim.

Tanto energia (estamos com uma depressão por menos produção de alumínio. quanto combustíveis (atolamos uma parte do mercado de produção de etanol, somos na prática e frente à atual escala global, nulos em biodiesel, por tabela, o mesmo em biomassa).

Nossa logística infeliz faria os custos de importação implicarem em preços altos para suprirmos a carência com importações.

Mesmo contando com o TREM 2 de Abreu e Lima (teóricos 115 mil barris por dia, efetivos uns 95 mil), não somaríamos muito no parque de refino.
Logo, será melhor, nisso, não crescermos muito e criarmos um certo “espaço de cabeça” (headspace) para podermos ter a absorção de aceleração econômica.

No eólico estamos indo bem, mas o governucho já embestou de ameaçar inviabilizar por sua insana sede de dinheiro. Fatos não ocorreram, mas bastam boatos para espantar investidores, que sabe-se, para insegurança jurídica, são aves muito ariscas.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Ciro fora do eixos e álcool demais na coisa


Recentemente, fui literalmente perturbado com a pregação de um defensor de unhas e dentes, até alguns perdigotos, do Ciro Gomes. Por sinal, o personagem é primo dele.

Apresentou-me, um tanto embriagado, que o agora candidato (novamente) à presidência tem na economia o que seria quatro eixos.

Seriam eles a indústria bélica e defesa, o petróleo incluindo a importação de gasolina e sejamos sinceros, nem me preocupo qual seja o quarto. Na verdade, não interessa, pois enfocarei o que tenho de criticar, para mínima coerência.


O “eixo” belicista
Vamos ao dito “eixo” da indústria bélica e a defesa.

Já havia tratado o quanto defendo a manutenção, inclusive com incentivos e demanda “puxada” por parte do estado de um parque de indústria bélica em:

O sabiá que quer se tornar harpia - Liberalismus

Doutrina militar brasileira - marcha para o insano - I - Liberalismus

Doutrina militar brasileira - marcha para o insano - II - Liberalismus
Indústria bélica cria toda uma cadeia de desenvolvimento de materiais, do aço à compósitos, de processos da siderurgia à vulcanização de borracha, de eletrônica e computação, é um campo tanto desenvolvedor como disseminador de conhecimento, e obviamente gera riqueza, desde os banais salários pagos.

O problema, por exemplo é quando aparecem “ideias brilhantes” como produzir um submarino nuclear para defesa, quando se usa nessa finalidade submarinos convencionais, e mesmo sendo eles em número de meia dúzia, de custo altíssimo e insuficientes para patrulhar nossas áreas marítimas, sem falar da inutilidade do que patrulhariam.

Se é para nos causar danos, o ataque a superficiais plataformas e outros equipamentos seriam por ar, para o que, submarinos são inúteis, e como é facilmente entendível, ninguém se apropriaria de reservas submarinas, se pode trocar, por exemplo, vastos volumes de petróleo e gás por tecnologia que não temos, do eletrônico e digital até fármacos e vacinas.

O problema de estarmos atados à uma reserva de baixo valor em densidade é nosso, não de quem pode produzir uma infinidade, eternamente, de bens de alto valor agregado.

Estas mesmas nações desenvolvidas e ricas (uma redundância) se quisessem nos tomar a força algo, não seriam impedidas por gastos inúteis e não muito estratégicos que apenas sangrarão mais a nação com seus elevados custos, que de forma alguma, já na mínima análise, são nossas prioridades.


O “eixo” petróleo e derivados

Não, não temos parque de refino para destilar apenas petróleo pesado. Nossas refinarias, com suas torres de destilação, são “pequenas” e isso limita todo o processo.

Como diria como engenheiro químico, questão lá de Ponchon-Savarit e McCabe-Thiele. Na verdade, a piada já reside aí, pois tais métodos são um obsoleto e outro, muito ultrapassado, sendo na verdade, hoje, didáticos, e a questão é imensamente mais complexa.

Simplesmente temos de acrescentar óleo leve para diluir nossos pesados, e como não o temos, temos de vender óleo barato em troca de óleo mais caro, reduzindo em balanço nossos custos de destilação (o dito refino) por limitações de equipamentos.

Claro que dirão que podemos usar o petróleo do pré-sal, só que a coisa não é tão simples, pois surgem outros problemas do refino do dito petróleo “sour” (azedo) e seu processamento nas refinarias, e tem-se outra carga de custos,e problemas posteriores.

Mas íamos implantar três refinarias de grande porte, duas no nordeste, ditas Premium I e Premium II (respectivamente Bacabeira, Maranhão, e Caucaia, Ceará). Uma ficou numa terraplanagem que custou por certos números de R$ 583 a 695 milhões. Estas refinarias, que ficariam em escala de produção de 500 mil barris de petróleo dia, sim, seriam aptas a petróleo pesado brasileiro, petróleo do pré-sal e petróleo pesadíssimo venezuelano.

Sabemos como tudo acabou, não é mesmo?

Restaria Abreu e Lima, de escala de 230 mil barris dia, não propriamente plena para petróleo pesado, mas mais apta, focada em produção de diesel (menos craqueamento). Esqueçamos por hora os enormes problemas de superfaturamento, corrupção direta e clara, já em investigações que pararam tudo.

Devemos alertar que superfaturamento sempre ocorria noutras obras, e não é relacionado diretamente com paralisação. Investigações e gestores de empreiteiras e da própria indústria petroleira nacional sim, são fatos que param andamento de obras.

Mas Abreu e Lima está operando com apenas uma de suas linhas de produção, chamadas no ramo e na Petrobras “TREM”, a uma escala de 90 a 95 mil barris dia, e não aritméticos 115 mil, e o motivo tem sido impedimentos além da destilação, noutros processos.

Coloquemos que estivesse a pleno. A Petrobras, com seu monopólio de produção de derivados, produz pouco mais de 2,1 milhões de barris de derivados dia, o que nos leva por números grosseiros a dizer que a refinaria de Abreu e Lima não responderia por muito mais que uns 20% do total de refino, no máximo. Então, o que raios se faria para resolver os restantes 80% e suas limitações?

Não será com bravatas com erros de nexo com limitações dos processos no parque de refino, falta de noção da escala e curiosos erros em custos que se obterá alguma coisa de proveitoso disso.

Agora vamos á importação de gasolina.

“Quebrar” (no ramo, “craquear”, de “crack”) moléculas grandes de petróleo pesado e frações pesadas de petróleo mais leve para produzir ao invés de óleos mais pesados, como combustíveis mais pesados e menos voláteis que o diesel, para obter predominantemente gasolina, e de lambuja outros derivados, como o querosene e até gás a ser liquefeito como o butano) não custa de graça.

Observação: Temos demanda para diesel, e podemos ter ainda mais se permitirmos mais carros movidos a diesel, como o faz a sofisticada Alemanha há décadas.

Como fazemos para reduzir esta limitação?

Importamos o que custaria caro, no caso, que é a relativamente barata gasolina no mercado internacional e podemos pagar com abundante óleo pesado - uma consulta rápida mostra que a Petrobrás, somente ela, está produzindo mais de 2,5 milhões de barris de óleo cru por dia, um excedente de 400 mil barris - e obviamente, simples dinheiro.

Diversificamos nosso leque de produtos, reduzimos nossos custos e concentramo-nos no que seria mais estratégico.

Mas não, Ciro Gomes, o amplo, quer defender cortar importações, talvez porque ache que nestes momentos, gritar independência signifique algo além de ignorância, e se não é associado com um bravo “ou morte”, pode ser relacionado rapidamente com um prejuízo estúpido.


O “eixo” médico-hospitalar

Esqueçamos que existem patentes. Não as obedeçamos. As joguemos no lixo. Mandemos os que as detém fazer bom uso delas. Ciro Gomes certamente teria frases lapidares para esta parte.

teríamos, por exemplo, condições de cortar as importações de certos fármacos, de sofisticada química e difícil síntese?

Teríamos as substâncias intermediárias para produzi-las?

Qual o parque nacional de síntese de compostos heterocíclicos? Qual o de catalisadores de alta tecnologia?

Seguidamente importamos, por exemplo, lotes de ácido acetilsalicílico, a popular Aspirina, um dos fármacos sintéticos mais antigos, e por isso mesmo, entre os molecularmente mais simples.

Não temos parte que química fina, não temos tecnologia para termos este parque rapidamente. Não será uma questão de voluntarismo, “vontade política” ou outros ânimos sem boa análise do problema.

Será uma simples questão de latência dos processos envolvidos (tempo, em suma), limitações de recursos, base de tecnologia e recursos humanos e simples custos.

Por aí, coisa alguma sairá, no meio do incêndio em que nos encontramos, que seja imediatamente útil, e para sair, necessita-se de um plano realista de longuíssimo prazo.

Sejamos realistas. A Alemanha já tinha uma poderosa indústria de corantes no final do século XIX, muito relacionada com a indústria de fármacos por N caminhos em se tratando de Química, e somos, comparativamente, importadores de algo assim banal como são corantes. Ou seja: sequer este patamar específico de tecnologia e investimento temos, e quer-se dizer que fecharemos as portas a quem o possui?
Mas claro que entre as grandes soluções de Ciro Gomes no campo, está reduzir, até anular, por exemplo, a importação de camas de hospitais, como se encontram manifestações pela internet, num magnífico exemplo de salvar as finanças da família poupando os palitos no banquete.


A loucura dos juros

Ciro Gomes não cansa de despejar-nos, em cada vídeo ou aparição na televisão, na mídia de todo tipo, em plena já campanha, que um dos maiores problemas que enfrentamos são os juros da dívida pública.

Como se até as baratas dos diversos ministérios e órgãos do governo envolvidos não soubessem disso.

O interessante é sua argumentação de que tal pode ser “burlado” (termo meu aqui) as regras de Taylor (uso o termo no plural pois as equações podem apresentar variações) que determinam os juros de titularidades públicas, em termos de inflação, parâmetros da escala e qualidade da economia, etc.

Interessante ainda é que vai produzir atratividade com isso para nossos títulos como, com juros mais baixos?

Lembremo-nos do caos produzido por Dilma e sua equipe (aquela escumalha que incluía personagens que enterrou estados como o RS) quando reduziu, moderadamente, por pouco tempo, a taxa de juros.

No discurso de Ciro Gomes há seguidamente uma confusão entre juros de dívida pública e juros do setor privado, como se o governo não tivesse arrecadação baseado neste setor, como se exatamente um nível de juros altos impede a população brasileira de abraçar-se patologicamente em mais problemas, exatamente o que nos travou, atolou, a economia em determinado momento.

Ele poderia, por exemplo, cortar gastos do estado, o que ele (ou qualquer um) terá de fazer.

Mas o problema é que estará preso na lei, como ele mesmo afirmou no conhecido "debate" com as conhecidas falácias com Rodrigo Constantino. Notemos, de maneira reluzente, que os argumentos contra o que ele mesmo afirma foram por ele já sedimentados.

Mas o lindo mesmo é o coronel afirmar que vai baixar os juros pagos num estado que é um poço de déficit, praticamente uma folha de pagamento, que tem de se financiar e manter a atratividade dos títulos, que por sinal, representam poupança.

Aqui, percebemos que Ciro, apesar de toda a gritaria de “entender de Economia”, desconhece a identidade do glorioso titio Keynes. Sem poupança, não pode haver oferta de crédito, e sem geração de riqueza, por meio do marxista trabalho até, não haverá qualquer chance de poupança.

Logo, quem vier pela frente, seja Ciro ou o titio do bar da esquina, como supremo mandatário da nação, terá de apresentar às massas brasileiras mais trabalho, mais duro forjar nas bigornas do realismo, não mais chupetas de utopias falidas.

“A primeira coisa a fazer no Brasil é abandonar a chupeta das utopias em favor da bigorna do realismo” - Roberto Campos

Conduzir o substrato político mais que diverso á racionalidade dos frios números será outra tarefa hercúlea, senão desgraça de Sísifo ou de Tântalo.


O brinde das patacoadas da semana

Dame más gasolina!  vs ...na bebida busco esquecer

A proposta de mais etanol na gasolina é pelo meu humilde ponto de vista, absurda.

O etanol anidro (e esta questão é fundamental) entrou na indústria de gasolina no mundo todo como anti-detonante, em substituição principalmente ao intolerável chumbo, na forma de chumbo-tetraetila.

Claro que apenas os brutos números seriam por diversos pontos de vista proveitosos.

Por exemplo:

1.Incentivaria o mercado de etanol, o setor alcooleiro.
2.Reduziria a poluição urbana. Conjuntamente, menos emissões de carbono. Todo o papo verde relacionado.
3.Reduziria, digamos, nossa importação de gasolina e até de petróleo bruto. Vide acima.
4.Dependendo da configuração que o mercado estiver apresentando, até redução de preços por litro nas bombas dos postos.
Etc.

Faltou combinar com a miscibilidade de álcool com gasolina e os efeitos destas novas misturas nos motores, a necessidade de adaptação dos motores, o consumo maior dos motores flex, a limitação da própria fração dos motores flex entre os motores no mercado consumidor, novos etc.

Esta decisão “meio no ar” lembrou-me do inesquecível ministro do meio ambiente Carlos Minc, que atuou sobre os fabricantes de motores em relação às emissões de enxofre, sendo que o problema (no caso enxofre) é apenas das refinarias e seus produtos, não daquilo que os queima.

Vale lembrar sempre a clássica:

“Para todo problema complexo existe sempre uma solução simples, elegante e completamente errada.” - H L Mencken ,



Extras
Infelizmente para a demagogia, o print é eterno:

Ex-ministro estimulou as importações - www1.folha.uol.com.br


Refinaria Abreu e Lima, em Suape, é a mais cara do mundo

A maior refinaria do mundo custou US$ 6 bilhões, enquanto a Rnest vai sair por US$ 20,1 bilhões
jconline.ne10.uol.com.br

A “concorrente”, na Wiki: Jamnagar Refinery
Site da empresa: www.ril.com

Nota minha no Facebook:

Tenho com amigos tratado que a Índia aponta para ser um colosso econômico com mais ímpeto em crescimento que a China.

Maior refinaria de petróleo do mundo, atualmente 3 vezes maior, futuramente mais de 4 vezes maior que a Abreu e Lima e construída em apenas 36 meses a um terço do valor:

Apenas sua primeira etapa, de 650 mil barris dia, é maior que qualquer refinaria já projetada no Brasil, como visto acima.

Nota de “Ecologia Industrial”: Se uma refinaria como Paulínia, que processa pouco mais de 400 mil barris por dia, produz aproximadamente 120 toneladas de enxofre por dia, uma refinaria desta escala produzirá até, digamos, umas 600 toneladas de enxofre por dia, e exige, certamente, uma planta de produção de ácido sulfúrico e outros derivados de enxofre interligada, contando com conexão por duto, pois remover o enxofre por carretas, como se faz, acredito eu, ainda em paulínia é impossível.

Uma unidade de ácido sulfúrico por processo de contato, desta escala, já permite uma excelente geração conjunta de energia termoelétrica.

Não temos coisa alguma parecido com isso em nosso território, e se temos, é insignificante em escala.
Ah! Sim, eles são uns chatos que não comem vacas, as atrizes não beijam e os filmes são uns musicais ridículos,etc!


Para os que desejarem pesquisar, mais profundamente, incluindo colegas engenheiros:

Destilação - metodo de Ponchon Savarit www.ebah.com.br


Melhorzinho, mas ainda sim, lamentável:
Método de McCabe-Thiele - pt.wikipedia.org

Refinaria Abreu e Lima - pt.wikipedia.org

Refinaria de Paulínia - pt.wikipedia.org

Regra de Taylor - pt.wikipedia.org

Petrobras cancela 'refinaria premium' e cidade lida com perdas e frustração

Bacabeira, no norte do Maranhão, tem empreendimentos abandonados.
Empresa anunciou corte de gastos e cancelou projetos no Nordeste.

Ceará negocia volta de refinaria com Petrobras
Questão foi discutida entre governador Camilo Santana e presidente da Petrobras, Pedro Parente. Estado tem interesse em estudos técnicos da companhia. Eles podem acelerar processo de implantação da unidade
www.opovo.com.br

Vale a penas ler “o outro lado”:

Refinarias premium do Nordeste, inviáveis para a Petrobras, agora são viáveis para o capital estrangeiro
www.brasil247.com

No Maranhão, Petrobras deixa esqueleto de uma ‘quase’ Pasadena

Alvo da Operação Lava Jato, a Premium I deveria ser maior que Abreu e Lima, mas só trouxe gastos e transtornos sem sequer sair do papel