domingo, 25 de outubro de 2009

Idéas "brilhantes" II - Roletas russas



Há anos atrás, em fervorosa e desagradável discussão com certas pessoas, em questão importante inclusive na minha vida, além de ser uma questão de negócios, logo dinheiro, cunhei a seguinte frase, que coloco em cada momento adequado, em qualquer discussão, sobre qualquer assunto, quando detecto que a quase patologia que ela mostra surge, em meio às variáveis em análise:

Tem gente mais preocupada se a sela do jóquei está macia e esquece que o cavalo está com a pata quebrada.

Devomos, em qualquer atividade, em especial as relacionadas, em suma, com dinheiro, em focar-se nos problemas principais, os mais nevrálgicos.

Nesta questão. assisti ao longo de mais de vinte anos a empresários e profissionais diversos discutirem horas sobre uma conta mensal de motoboy de não mais de R$ 1000 e não perder quinze minutos discutindo sobre o valor de um frete semanal de R$ 2000 com uma transportadora. Assisti horas de negociação sobre etiquetas de 3 centavos e não metade do tempo sobre o custo de uma matéria prima de R$ 5 na mesma unidade de produto. Exemplos poderia citar até esta blogagem ocupar horas de sua leitura. Logo, sejamos coerentes.

Aqui, para melhor ilustrar e tornar o texto mais leve, vale a pena também citar a Lei de Murphy, em seu campo chamado "Reuniologia":

Lei de Old e Khan

A eficiência de uma reunião é inversamente proporcional ao número de participantes e ao tempo gasto nas deliberações.

Que sempre cito modificada em:

A duração de uma reunião é inversamente proporcional à sua importância.

Pelo motivo mais profundo do argumento aqui colocado, nem tão nas entrelinhas, mantenho o foco de todo meu trabalho em preços e custos, área que muito me rendeu, a conceituação permanentemente em observação do que chamo de custo gerador, do que inclui-se dentro do conceito de fatores geradores, na dificuldade, de fornecedores nevrálgicos, no levantamento de custos, dos custos predominantes, percentualmente significativos, na formação de preço, da fusão de valores necessários, antes dos desejados, da preponderância do financeiro sobre o marketing puro. Em outras mais resumidas palavras, que a melhor maneira de se fazer um negócio muitas vezes é não fazê-lo.

Seguir em caminho contrário, como gosto de dizer, é jogar roleta russa com o tambor do revólver com apenas uma câmara vazia. Para revólver de 6 tiros, troca-se uma probabilidade, a grosso modo falando*, de 1/6 por uma de 5/6 de enfiar-se uma bala na cabeça. Ou seja, é a opção probabilisticamente mais favorável de se cometer erro grave, quano não um desastre completo.

*Meu lado engenheiro e minha paixão por Física me obriga a ser exato, e considerar variáveis envolvidas que à primeira vista pareçam totalmente despezíveis, outro de meus problemas com inúmeros administradores. Sempre deve-se considerar a tendência dos sistemas ao caos, os erros do humano, ou como falo em outras palavras em especial em levantamento de custos: lâmpadas queimam, logo, o mundo não é ideal, mas real.

Agora, uma nota: no Rio Grande do Sul, chamamos catracas, como as de ônibus, ou de portas de empresas, de "roletas".



Como exemplo do contrário, são simplesmente hilárias brilhantes iniciativas de em país que possui escolas que nem teto possuem, pretender-se controlar a presença de estudantes em escolas com roletas eletrônicas, como foi pretendido pelo então Ministro da Educação, Tarso Genro, e pelo visto, perpetuada recentemente por seu sucessor:

CAUSA OPERÁRIA NOTÍCIAS online

Note-se que até a "extrema esquerda" concorda comigo. Logo, quando visões de mundo completamente antagônicas concordam, é bem provável, senão certo, que alguém contrário a ambos esteja errado.

De maneira mais sutil em termos estatísticos e probabilísticos, e muito do que seja Economia, com letra maiúscula, implica em distribuições de riqueza gerada, e nesta, pagamento de salários. Claro que aqui refiro-me aos sofridos professores, que invariavelmente, em lento mas inexorável processo, por serem fatores nevrálgicos em educação, tenderão os melhores a buscar melhores (mais rentáveis ao menos) profissões, nem mesmo carreiras, e restarão os piores, que se sujeitam a valores vis, e as piores condições, com ou sem catracas para controlar presença de quem seja.

Para encerrar esta, é conveniente esquecer-se momentaneamente a sela do jóquei, e tratar da saúde do cavalo.

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