A paciência se esgota diante da persistente crença em noções econômicas que a história e a lógica parecem ter refutado inúmeras vezes. Para alguns, a economia planificada não passa de um "terraplanismo econômico", uma teimosia ideológica cega aos fatos e às tragédias que sua aplicação invariavelmente semeia. Aquele que finalmente internalizar essa verdade, talvez comece a desvendar o emaranhado de erros, a fonte de sofrimento e o colossal desperdício de tempo e esforço investidos em um credo que já deveria ter sido relegado aos anais do século XIX.
Enquanto isso, resta observar os inevitáveis colapsos que o tempo, esse implacável mestre que a tudo ensina, mas a todos ceifa, continua a apresentar. É exasperante testemunhar indivíduos ingênuos, alheios ao perigo, abraçando uma teoria anacrônica baseada na obsoleta "lei do valor-trabalho", enquanto aqueles que se dedicam ao estudo da Economia e da História se veem compelidos a confrontar essa obstinação ignorante. A História, afinal, é o compêndio de tudo que se deve evitar, e a insistência em repetir seus erros clama aos céus.
Os crédulos em teorias marxistas e em aplicações de planificação parecem presos a dogmas simplistas, meros berreiros de proselitismo bíblico de pregador de praça. Ignoram obstinadamente o século de catástrofes econômicas que desfiguraram o planeta, preferindo a negação desesperada e a acusação vazia de que outros deveriam "estudar História". Um riso amargo ecoa diante de tamanha cegueira.
A simploriedade analítica de Marx é flagrante: sua incapacidade de compreender o custeio além do arcaico "número de empregados", sua confusão entre lucro operacional e acumulação de capital, sua completa ignorância do papel fundamental dos juros e do tempo. Como bem sentenciou um perspicaz professor, Marx, um gigante na História e na Filosofia, foi um zero retumbante como economista. Contudo, a cada semana, novos crédulos se agarram ao seu livro como a uma tábua de salvação, encontrando ali a explicação para todos os males e a solução para todos os problemas. Essa fé cega beira o ridículo, evocando a hilária piada dos Irmãos Cohen, em “Hail, Caesar!” (2016) sobre o “livro que tem todas as soluções”.
"Esses caras são bem interessantes, viu? Eles realmente descobriram as leis que ditam - tudo! História! Sociologia! Política! Moralidade! Tudo! Está tudo em um livro chamado Capital - com "K"."
Essa devoção cega entra em choque frontal com a narrativa de historiadores comunistas que, embora admitam as fomes e as tragédias, invariavelmente as atenuam com um "mas...". A contradição é grotesca, digna de gargalhadas sarcásticas. A própria equação marxista do lucro (L=m/C), essa tentativa pueril de "demonstrar" o colapso inevitável do capitalismo, repousa sobre fundamentos matemáticos “de açougueiro”, incapazes de apreender a complexidade intrínseca dos sistemas econômicos interligados.
Que se expliquem essas "verdades" às massas de infelizes que definharam sob regimes planificados, trabalhando até a exaustão sem jamais vislumbrar a prometida utopia. Sim, em sistemas planificados, todos se tornam funcionários do Estado, sufocando a iniciativa e a inovação. Mas os crentes persistem em sua cruzada quixotesca contra o mundo real, incapazes de produzir nada além de chacota, aguardando em vão um futuro que jamais se materializará.
E então surgem os líderes, os "timoneiros do povo", concedendo entrevistas em abrigos esportivos de grife à beira de piscinas, enquanto uma legião de incautos os venera como seitas religiosas. É um tipo peculiar de fundamentalismo, uma fé que se recusa a reconhecer sua própria natureza religiosa. Esses ignorantes específicos e sem capacidade de análise, ambos iludidos, persistem há mais de um século, crendo piamente possuir as soluções mágicas para os intrincados dilemas do mundo.
A verdade é que, frequentemente, a discussão séria e fundamentada se torna impossível. Como debater com quem acredita que um sistema centralizado de planejamento pode, de alguma forma, ser mais eficiente em atender aos desejos e necessidades de bilhões de pessoas do que a vasta e adaptável rede neural do mercado e seu sistema de preços? Como convencer alguém de que a distribuição forçada de remunerações não pode senão sufocar a eficiência e a produtividade? Poderiam ser apresentadas vinte outras questões similares, todas apontando para a mesma conclusão óbvia.
Nunca na história da humanidade se trabalhou com tamanha eficiência, gerando uma riqueza colossal para uma população quatro vezes maior do que a de 1950. E ainda assim, surgem "YouTubers" com formações precárias a repetir volumosamente os mesmos velhos erros, ironicamente utilizando as próprias estruturas de mídia da "Big Tech" para disseminar sua desinformação. É de dar gargalhadas!
A própria intelectualidade, a suposta vanguarda da razão e da análise, muitas vezes sucumbe à sedução ideológica, transformando-se em um bando de ingênuos crédulos de utopias falidas que ignoram as evidências gritantes dos fracassos históricos. Resta observar o inexorável definhamento e a corrupção dos sistemas autodenominados "de esquerda", e perguntar aos seus defensores o que restará de suas convicções além da própria saliva.
O povo, o verdadeiro patrão que custeia seus salários, não merece delírios ideológicos, mas sim soluções pragmáticas. E a dura realidade é que, no final, o ajuste de todas as distorções econômicas recairá sobre os ombros do funcionalismo público, uma massa seguidamente crescente a caminho da insustentabilidade, a menos que a morte intervenha, mas isso apenas como uma “solução” para os indivíduos, jamais para sua coletividade. Dada a lamentável situação da educação brasileira, usar exemplos isolados de sucesso é anedótico, uma simples questão de matemática.
As motivações humanas são diversas e complexas, individualizadas ao extremo, e a menor minoria, indiscutivelmente, é o indivíduo, um fato que a visão homogênea de certas ideologias teima em ignorar. É patético observar o "iludido" agarrado ao seu discurso falido, mesmo diante de um mar de conhecimento e experiência contrária.
Em suma, a teimosia ideológica impede o debate racional e a busca por soluções eficazes para os reais problemas do mundo. Resta a esperança de que, em algum momento, a razão prevaleça sobre a fé cega e a experiência se sobreponha à doutrina.
Mas não fiquemos apenas num texto com características de discurso. Os crédulos do Marxismo já fazem isso há mais de século. Apresentemos um detalhamento das mais clássicas críticas e percepções históricas da evolução do sistema econômico que jamais se mostrou eficiente se planificado e de riqueza impositivamente distribuída sem respeito pela propriedade privada.
Os Pilares Trincados: Uma Breve Listagem das Críticas Clássicas aos Erros de Marx
Embora a obra de Karl Marx tenha exercido uma influência inegável no pensamento social e econômico, suas fundações teóricas não escaparam a um escrutínio rigoroso ao longo do tempo. Inúmeros economistas e pensadores apontaram falhas conceituais e previsões equivocadas em sua análise do capitalismo. Apresentamos a seguir uma listagem concisa de algumas das críticas clássicas aos erros centrais do marxismo econômico:
A Teoria do Valor-Trabalho (TVT): Uma Base Instável: A pedra angular da análise marxista, a Teoria do Valor-Trabalho, que atribui o valor de uma mercadoria à quantidade de trabalho socialmente necessário para sua produção, é amplamente contestada. Ela ignora o papel fundamental da demanda, da utilidade subjetiva, da escassez e do risco na determinação dos preços de mercado. A dificuldade em explicar o valor de bens únicos ou onde o trabalho é mínimo demonstra a fragilidade dessa premissa.
A Mais-Valia e a Natureza Complexa do Lucro: A alegação de que todo lucro deriva da exploração do trabalho negligencia as contribuições essenciais do capital, da inovação, do empreendedorismo e da eficiente gestão dos recursos na criação de valor. O lucro, em uma economia dinâmica, é também uma recompensa pela assunção de riscos e pela organização produtiva, não meramente uma apropriação do trabalho alheio.
O Descompasso da Lei da Tendência Decrescente da Taxa de Lucro: A previsão de Marx de que a taxa de lucro do capitalismo inevitavelmente declinaria devido ao aumento da mecanização (composição orgânica do capital) não se materializou conforme o previsto. A inovação tecnológica constante, os ganhos de produtividade e a expansão dos mercados globais demonstraram a resiliência e a capacidade de adaptação do sistema capitalista.
A Evolução Divergente das Classes Sociais: A visão de uma crescente polarização da sociedade em uma burguesia cada vez menor e um proletariado cada vez maior e empobrecido não se alinhou completamente com a complexa evolução das estruturas de classes nas economias modernas. O surgimento de uma vasta classe média, a diversificação das ocupações e a mobilidade social desafiam essa simplificação.
A Cegueira à Demanda e à Utilidade: A ênfase quase exclusiva na produção e no trabalho como determinantes do valor negligencia o papel crucial das preferências dos consumidores e da utilidade percebida dos bens e serviços. Um produto com grande quantidade de trabalho incorporado pode ser economicamente inútil se não houver demanda por ele no mercado.
A Subestimação da Força da Inovação: Embora Marx tenha reconhecido o poder transformador da tecnologia, sua análise tendeu a vê-la primariamente como uma ferramenta de exploração. Ele subestimou o potencial da inovação contínua para gerar novas formas de riqueza, aumentar a produtividade geral e melhorar as condições de vida para amplas parcelas da população.
O Vazio de um Projeto Socialista Detalhado: A crítica contundente ao capitalismo não foi acompanhada por um projeto claro e detalhado de como uma economia socialista ou comunista poderia funcionar de maneira eficiente e justa. Essa ausência de um modelo prático levantou sérias questões sobre a viabilidade das alternativas propostas.
Em suma, essas críticas clássicas apontam para fragilidades significativas nas fundações teóricas do marxismo econômico, questionando suas premissas centrais sobre o valor, o lucro, a dinâmica do capitalismo e a inevitabilidade de seu colapso. Compreender essas divergências é fundamental para uma análise mais completa e matizada dos sistemas econômicos e dos desafios da geração e distribuição de riqueza.
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