sexta-feira, 15 de julho de 2016

Pregações, Piketty e piquetes - 1


Pérolas de Renato Janine Ribeiro



Leio textos desse senhor na revista "Filosofia - Ciência e Vida".

Lá já tenho de aturar um permanente “melancia”, que inclusive abre texto com “dinheiro não é nada”. Tem-se de ter paciência com “filósofos” nacionais.
Mas sejamos diretos:

-Por favor meu senhor, cale-se!

O país já tem "keynesianos de quermesse" (by Alexandre Schwartsman) demais, e exatamente pelo que os austríacos já há muito alertaram, acabou no que acabou, embora ainda tenha-se muito poço para descer e “alçapões para abrir”, questão só de mais tempo.

Tempo, aquela coisa que sempre vem, inexoravelmente e em fluxo constante, e que cobra dos que ainda estão vivos, produzindo no meio do caminho mais e mais mortos.

Como bem lembrado por um conhecido no Facebook, quando da divulgação do espasmo de boas intenções - e péssimos métodos - do acima, quando assumiu o Ministério da Educação, teve a magnífica oportunidade de fazer muito, e tendo tido uma presença tão efêmera, em pouco resultou.

Não cito o nome do conhecido pois o chamou de “idiota útil”, o que não julgo adequado. Digo que é mais um “iludido servil”, ainda que bem formado, pavimentando a estrada para o inferno do atraso sustentável a estrada que já trilhamos com as pedras de lixo douradas das boas intenções dos “ditos de esquerda”.

E no meio do pequeno berreiro de travestida bondade, tem o raciocínio nas entrelinhas de Thomas Piketty e outros. Adiante, em anexo, os “pequenos problemas”.

Outro frequentador dos comentários alertou, assim como também alerto, que ele não sabe o que é liberalismo ou está querendo converter liberais em socialistas.
Outro frequentador ainda colocou que não é* contra políticas publicas de combate à pobreza, e seria contra a forma com que elas vem sendo feitas**.

*E nenhum liberal na verdade seria propriamente, vide bolsas nas mais capitalistas das universidades, programas de feiras de ciências e olimpíadas de praticamente qualquer área do conhecimento humano

**Somo: sem os resultados pretendidos e colapsando, tal como previsto e natural.

O colapso natural se e deve ao que denominei “pseudo-keynesianismo”: a oferta desde vagas em qualquer coisa até o incentivo direto por capital (triste ironia) sem a contrapartida exigida do trabalho, da produtividade, do retorno de qualquer tipo, inclusive para a sua perpetuação. “Bolsas miséria” são o aspecto no fundo mais perverso de todo o sistema, pois, ao final, geram preços locais que concentram ainda mais a riqueza, pois esta não é acumulação, e sim, fluxo. Reter o fluxo é o que é confundido com a acumulação, e acelerá-lo no que seja sua saída, os gastos, é o que produz a ‘miserabilização’ (e para desespero de quem confunde classe com algo como “casta”, o que produz a falência, mesmo dos mais ricos).

Nessas bolsas e incentivos, volto a tratar do que o final veio a ser tornar “baratear a cultura de ricos”, que é um exótico e incoerente mecenato ao invertido. O alguém acha que o habitante da comunidade, ainda que o ingresso tenha caído pela metade, um terço ou que seja o décimo, quer assistir Pavarotti (como foi o caso), ou mesmo, sob certa análise de conteúdo, o “teatro de comunidade”, e nisso, passamos pela peça da consagrada - e muito bem paga até por empresas de capitalistas produtos de consumo - estrela de novela e cinema.

Não há almoço grátis, assim como também não há, por exemplo, peça de teatro, mesmo na mais descoberta praça.


Anexos

Os erros de Piketty

Recomendamos:
Chris Giles; Piketty findings undercut by errors; May 23, 2014 - www.ft.com

Nesses pontos já se vê o permanente erro dos ditos de esquerda, desde os tempos de Marx, da equação L=m/C, ainda que levemente modificado, que o lucro decai pois a mais-valia (seja em que nova roupagem) dividido pelo capital acumulado que sempre cresce, resulta numa curva decrescente.

Tratei disso longamente aqui:

Chutando “Alices”, o retorno - 1 - Liberalismus

Falácias de Alices (III) - L=m/C - A falácia de uma equação sem nexo - Liberalismus

E na série:

Teorema de Okishio - Liberalismus

Teorema de Okishio - 2 - Liberalismus

Teorema de Okishio - 3 - Liberalismus

Teorema de Okishio - 4 - Liberalismus

Teorema de Okishio - 5 - Liberalismus

Teorema de Okishio - 6 - Liberalismus

Nota mental: Transferir estes textos para a Wikipédia, que é a quem pertencem.

Mas abordaria a questão de uma maneira muito mais simples.

Digamos que numa sociedade “modelar”, tenhamos uma população de 100 indivíduos que tenha uma proporção de 1 para 100 entre a “fortuna” do único mais rico para os demais (99) pobres. Diferença óbvia de 99 “unidades de medição de riqueza” (umr).

Essa população então tem um total de riqueza de (1*100)+(99*1)=199 de nossas “umr”. Logo, média de 1,99 umr.

Após determinado tempo, como percebe-se mesmo no mais miserável país da África, Ásia ou América latina, pois ditos esquerdistas sempre insistem que só certos centros geram riqueza distribuída (mesmo contrariando o próprio Piketty, que agora tanto citam), a razão entre ricos e pobre nessa sociedade modelar continue 1 para 100, mas agora em “fortunas“ três vezes maiores (pouco mais de 100 anos de crescimento a 1% ao ano) e resulte em novas riquezas de 3 contra 300, diferença de 297 umr

Temos, portanto, agora (1*300)+(99*3)=597, média de 5,97.

Melhores ganhos para todos, apenas com alguém acumulando (retendo fluxo!) muito maior. Pobres com 3 vezes mais, talvez invejando alguém bem mais apto a reter mais, inclusive, propiciando que seu palácio no meio de nosso modelo pague mais e melhor que o cuida.

Mas não satisfeito com a diferença ser maior, mas desejando uma maior concentração?

Sem problemas!

Aumentemos a proporção, fazendo 1 de nossos seres modelares com ganhos agora de 2 (pior que a situação anterior) e o capitalista afortunado com 600 umr (o dobro!).

Novamente, banalmente, (1*600)+(99*2)=798, média de 7,98, diferença de 598, proporção de 300 vezes.

Sim, temos aumentou no que seja a desigualdade, pela diferença, ou “distância”, como preferirem, mas ainda sim, média e mesmo a base dos mais pobres melhorou!

Bastaria qualquer diferencial na base dos mais pobres para haver uma melhora para estes.

Podemos dizer que uma preocupação com esta “distância” tem motor numa “inveja”, não propriamente no que seja a preocupação com as condições gerais.

Poderia colocar aqui um Q.E.D., mas nem se precisa, pois a insustentabilidade do que seja uma “desgraça” para Piketty e outros é o “motor” da questão.

Um motivo para que a média necessariamente aumente é  geração global de riqueza arrastada pelos mais ricos, “empurrada” e “a reboque”. É por isso que o Brasil era mais rico que os EUA num determinado momento, ao tempo de Mauá e dos diversos “barões ladrões”, os magnatas da industrialização diria brutal estadunidense***, e mesmo com as mais diversas falências (redistribuição, esquerdopata apedeuta!), ainda sim vemos a brutal diferença de escala e per capita entre nós, hoje.

***Uma turminha barulhenta que produzia riqueza de maneira inigualável, mas ia da pior ética na concorrência ao resolver greves na bala.

Com um conjunto de exemplos marcantes, a queda da rainha dos ares, a PANAM, é que propiciou a redistribuição do mercado de companhias aéreas estadunidenses, na mesma maneira, em contrapartida, que a empresa tratada como um estatal corporativista que foi a VARIG gerou seus pensionistas abandonados.

Poucas coisas são mais divertidas que socializar o capital poupado dos outros para “capitalistamente”, investir sabe-se lá em que fornalha de se torrar dinheiro irresponsavelmente (mas, claro, com algo como uma comissão que seja bem protegida).

Só lamento, tristes fatos.

Guarda conflito, mesmo com o criticismo que se faz, com as críticas feitas a Piketty e outros, e merece tradução:


Iniciemos:

“Em economia, uma curva de Kuznets representa graficamente a hipótese de que na medida que uma economia se desenvolve, as forças do mercado, primeiro, aumentam e depois diminuem a desigualdade econômica. A hipótese foi avançada pela primeira vez pelo economista Simon Kuznets na década de 1950 e 60.

Uma explicação de tal progressão sugere que no início de oportunidades de investimento de desenvolvimento para aqueles que têm dinheiro se multiplicam, enquanto um fluxo de trabalho rural barato para as cidades mantém os salários baixos. Considerando que, em economias maduras, o acúmulo de capital humano (uma estimativa de custo que foram incorridas, mas ainda não pagos) toma o lugar de acumulação de capital físico como a principal fonte de crescimento; e a desigualdade retarda o crescimento, diminuindo os níveis de educação, porque mais pobres, as pessoas desfavorecidas não têm financiamento para sua educação nos mercados de crédito imperfeitos.”

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