quarta-feira, 20 de julho de 2016

Lei de Goodhart - 2


All metrics of scientific evaluation are bound to be abused. Goodhart’s law (named after the British economist who may have been the first to announce it) states that when a feature of the economy is picked as an indicator of the economy, then it inexorably ceases to function as that indicator because people start to game it.

Mario Biagioli; Watch out for cheats in citation game; Nature; volume 535, page 201, 14 July 2016 - doi:10.1038/535201a


noahpinionblog.blogspot.com

Tradução:

“Todas as métricas de avaliação científica são obrigadas a serem abusadas.[Nota] A lei de Goodhart (em homenagem ao economista britânico que pode ter sido o primeiro a anunciá-lo) afirma que, quando uma característica da economia é escolhida como um indicador da economia, então ela inexoravelmente deixa de funcionar a partir desse indicador porque as pessoas começam a jogar.[Nota]

Nota: O termo “abusadas” no sentido de serem burladas, como, por exemplo, a previsão de que o câmbio se alterá em tanto e com essa afirmação, o mercado e até o estado (banco central, normalmente) reaja, respectivamente para especular e o segundo, em tentativas de impedir a especulação, normalmente gerando ainda mais especulação, como nas típicas operações de câmbio, seja de compra ou venda, nas quais os especuladores esperam a ação do estado para lucrar com as diferenças produzidas.

Da mesma maneira que “todo sistema sobre o qual não se produza ação tende ao caos”, máxima de Administração e Engenharia, “todo o sistema (econômico-financeiro) sobre o qual aplique-se previsão implica em reação que vise o ganho”.

Consequentemente, o termo “jogar” no sentido de especular - típico do mundo das finanças - ou produzir “manobras”, como certas falácias, como se vê, por exemplo, no campo das mudanças climáticas, muito mais científico que econômico. Para explicar a imensa diferença entre a visão “verde” de mundo e a econômica, basta-nos exemplificar que o aquecimento global propiciaria imensa área agriculturável no hemisfério norte, em especial, Rússia e Canadá, e sensível redução dos gastos com calefação.

No mundo da publicação científica, o foco de Biagioli nesse texto é o “impacto” de uma publicação.

Destacamos:

The community must realize that, unlike previous fraudsters, from the unknown hoaxer who planted a mixture of bones in a British gravel pit at Piltdown to that of Paul Kammerer, who is blamed for linking features onto the feet of midwife toads to support Lamarckianism evolution, academic misconduct is no longer just about seeking attention. Many academic fraudsters aren’t aiming for a string of high-profile publications. That’s too risky. They want to produce — by plagiarism and rigging the peer-review system — publications that are near invisible, but can give them the kind of curriculum vitae that matches the performance metrics used by their academic institutions. They aim high, but not too high.

Nossa tradução:

“A comunidade deve perceber que, ao contrário de fraudadores anteriores, desde o fraudador desconhecido* que plantou uma mistura de ossos em um poço de cascalho britânico em Piltdown ao de Paul Kammerer, que é acusado de ligar características aos pés de sapos-parteiros para apoiar a evolução Lamarckiana, má conduta acadêmica já não é apenas sobre a busca de atenção. Muitos fraudadores acadêmicos não estão apontando para uma série de publicações de alto perfil. Isso é muito arriscado. Eles querem produzir - por plágio e remanejar o sistema “revisão por pares” - publicações que estão próximas do invisível, mas pode dar-lhes o tipo de currículo que coincide com as métricas de desempenho utilizados pelas suas instituições acadêmicas. Eles sonham alto, mas não muito alto.”

Noutras palavras: busca-se com isso o relativo destaque, não “a glória eterna”.
* Nem tanto, na verdade...

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