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Ou "um Belo Monte de problemas", mas esta ironia não seria de forma alguma original.
Historicamente, o governo brasileiro desenvolveu projetos de geração de energia elétrica com desproporcionalidade entre reservatórios (lagos) e a capacidade das respectivas usinas.
Para compensar a 'não construção de uma enorme usina com ineficiente lago que não mantem-se na maior capacidade de produção o ano inteiro', bastaria se programar a modernização, o aumento de capacidade e o aumento de eficiência das usinas mais antigas (ou mesmo sua completa reconstrução/substituição), que totalizadas, diminuiriam bastante a necessidade de construção de "megausinas", ainda mais, em região onde a área de terra tem sua maior função no ecológico e no extrativista sustentável e cientificamente coordenado e dirigido, não, de forma alguma, n sua ocupação pelo latifúndio, que mais cedo ou mais tarde, colapsará pelo péssimo solo que é a região amazônica sem sua floresta auto-sustentável.
Mas observemos que descentralização da geração de energia não implica em "produção empurrada" da geração de riqueza x produção puxada pela riqueza gerada.
Explico: não adianta colocar lá geração de energia, como coisa que esta medida, por si, levasse pra lá a geração de riqueza dos demais setores da economia, mesmo na permanência dos trabalhadores envolvidos na construção, o que por si só será um futuro problema.
Nem necessito lembrar o "pequeno problema" que estamos, para n setores industriais, em processo de esmagamento de nossa indústria pelos asiáticos e sua reserva na prática ainda infinda de trabalhadores de baixo custo, somado à investimentos em infraestrutura que nem de perto conseguimos seguir.
Certas iniciativas energéticas "empurradas" já mostraram seus mais terríveis resultados, como o caso da questão mamona/biodiesel/etanol-metanol.
Plantar mamona não implicou na geração de riqueza local, nem mesmo de determinado extrato social, nem muito menos o aumento do consumo pelo país de seus derivados. Manteve, inclusive, uma limitação tecnológica do consumo de metanol importado.
Pior fiasco ainda evidencia-se na questão de passarmos a ser importadores de etanol dos EUA, que agora, coloca-se como produtor e importador de combustível "limpo" (notemos as limitantes aspas) enquanto nos tornamos, por simples custos e tributação, importadores de combustível, aqui sem a mínima necessidade de aspas, sujo.
Referências sobre o acima é o que não faltam
- Wolfgang J. Junk; J. A. S. Nunes de Mello ; Impactos ecológicos das represas hidrelétricas na bacia amazônica brasileira; Estud. av. vol.4 no.8 São Paulo Jan./Apr. 1990.
- Silvana Fernandes Neto, et al, Impacto ambiental – agroindústria processadora de óleo de mamona/PB
- Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas; O estado das águas no Brasil, 2001-2002
Extras
O 'derramamento' da Chevron
Fantástico que previ algo parecido: Finda um período cinza
Agora a coisa se revela: não temos barcos, não temos pessoal treinado, não temos recursos e o velho problema que defino associando à uma clássica piada "inferno brasileiro" - um dia falta lei, outro falta fiscalização, outro falta multa, outro falta quem execute...
www.piadasdodia.com.br
E agora, a coisa começa a se apresentar cotidiana:
Vazamento de petróleo no pré-sal pode ser de 160 barris e não chegará à costa, diz Petrobras - noticias.uol.com.br
Como sempre, o princípio do direito ambiental que foi esquecido é o Princípio da Precaução:
José Roberto Goldim; O Princípio da Precaução
O 'derramamento' da Chevron
Fantástico que previ algo parecido: Finda um período cinza
Agora a coisa se revela: não temos barcos, não temos pessoal treinado, não temos recursos e o velho problema que defino associando à uma clássica piada "inferno brasileiro" - um dia falta lei, outro falta fiscalização, outro falta multa, outro falta quem execute...
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E agora, a coisa começa a se apresentar cotidiana:
Vazamento de petróleo no pré-sal pode ser de 160 barris e não chegará à costa, diz Petrobras - noticias.uol.com.br
Como sempre, o princípio do direito ambiental que foi esquecido é o Princípio da Precaução:
José Roberto Goldim; O Princípio da Precaução
No Princípio da Precaução, não previne-se e se formam recursos para aquilo que se sabe que pode acontecer e como pode acontecer, e sim, se tomam precauções, na forma de recursos e procedimentos, para aquilo que não se sabe. Em suma, como ironizado acima, mata-se na raiz o "inferno brasileiro", provendo recursos e técnicas para possíveis cenários imprevisíveis e sobre os quais ainda não se disponha de conhecimento técnico-científico.
Evidente que tal volume de recursos e técnicas/equipes treinadas demanda somatório de custos e planejamento.
O que se mostra, e podemos usar o termo histórico, nos fatos que começam a aparecer:
Educação, esta abandonada
Sou seguidamente tomado de um desejo quase incontrolável de apenas citar bons textos e não correr risco algum de prejudicá-los, especialmente, com minhas mal acabadas palavras e ainda mais, quando expressam com perfeição o que talvez não conseguisse expressar tão adequadamente.
O fato é que estamos alimentando, no Brasil, uma espécie de apartheid educacional entre os jovens de classe media e alta, cujas famílias há muito “privatizaram” a educação de seus filhos, e os estudantes de famílias mais pobres, que são levados a estudar nas redes estaduais e municipais de ensino, com seus problemas crônicos de gestão.
Fernando Luís Schüler: “O fato é que estamos alimentando, no Brasil, uma espécie de apartheid educacional”
O normótico é aquela pessoa que não escuta, é aquela pessoa que está pensando só em si, é aquela pessoa que não se dá conta que tudo está ligado com tudo; que para diante de um semáforo e vê aquele bando de crianças perdidas e acha que isto não tem nada a ver com ele. Uns adolescentes matam: no Dia do Índio comemoramos o triste aniversário do mártir Galdino. Estes filhos de nossa sociedade não eram bandidos nem psicopatas, são nossos filhos; e o normótico acha que isto não tem nada a ver consigo; ele lê no jornal e se estiver tudo bem no seu canteirinho vai para sua vidinha de sempre... - Roberto Crema, palestra Liderança no sec XXI (1998)
Como sempre, dívidas
Em meio a estas minhas observações e um certo descuido de aqui postar atualidade (até pelo simples motivo de que o Brasil prima por ser rotineiro nos seus erros e nem mesmo criativo em suas tragédias):
Dívida externa brasileira sobe 16% em 2011 e vai a US$ 297 bi - www1.folha.uol.com.br
Ah, sim, só queria entender...
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