terça-feira, 6 de março de 2018

Rascunhos de um eventual Hayekiano - VIII


1

O mal necessário

Na mesma medida que existe a ilusão entre os comunistas e outros planificadores, de que o "homem seja bom" e motive-se pelo bem comum e igualdade, causa maior das inúmeras falências dessas experiências, existe somada entre os que sonham com estado nulo a ilusão de que o homem seja plenamente racional - “o homem sábio” - e planeje e atue para um distante futuro - aqui, com tremendo peso das questões ambientais e ecológicas - e que correlatamente seja também bom, e possa se ver livre da formação de um prestador de serviços coletivo, que seja o estado, fiscalizador, protetor e ao final, equilibrador dos diversos conflitos humanos.

Não será a tecnologia, apenas extensão do biológico humano que permitirá a utopia tando de um lado como outro de uma visão dos equilíbrios humanos, mas a modificação da própria biologia humana.

Logo, o estado por muito tempo será um mal necessário.

uglytruththailand.wordpress.com

Por “DNR”, do blog Bolha Imobiliária, com palavras com as quais concordo plenamente:
“O Estado mínimo é um mal necessário. Evita a barbárie. O grande problema é (i) impedir que o Estado seja cooptado e (ii) limitá-lo a garantir (a) punição de crimes, (b) força vinculante dos contratos e (c) propriedade privada.
Quanto menos centralizado for o Estado e quanto mais fortes forem os indivíduos, mais fácil será controlar o Estado.
É como se fosse um gás sob pressão. Temos de ficar segurando o gás dentro do invólucro. Se ele sair, fode mais e mais as pessoas.”
De “Viking”, editado:

“Vejo um pouco diferente:
Os ancaps/libertários acreditam na maldade humana, no egoísmo, só que acreditam que o livre mercado e os direitos de propriedade forçam as pessoas a agirem corretamente, caso contrário não vendem, não tem serviço, enfim, não sobrevivem.
Aquela velha frase do Mises: “Não é pela benevolência do padeiro que temos pão, mas sim pelo seu próprio interesse no lucro.” (minha nota: a frase é intimamente associável às primeiras percepções de Adam Smith da motivação à produção de bens e prestação de serviços, a orientação ao lucro, dos “taberneiros e padeiros”)

De “Mente do Mal”:
“Necessário ou não, o Estado será um mal que estará sempre presente.

Se o Estado é extinto em determinada comunidade, esta apenas fica vulnerável à conquista por outros agentes bélicos.
Em suma: essa ideologia do estado nulo só serve a Estados que querem tomar posse de “terras sem governo”. Ou a comunidade local teria como se opor a uma força militar treinada?”

Minha nota: Este é um tema que há muito me agrada, desde os tempos do finado Orkut e certos debates.

Sim, comunidades sem leis, experimentais, existem pelo mundo, bem lembro de um caso holandês. É fácil imaginar em maior escala, um país nos mesmo moldes. Mas que terá a estrutura, nesta até o recrutamento e a dedicação exclusiva, o treinamento específico, a disponibilidade permanente do que chamamos de polícia e exército, seu sustento e, regras (leis) de seu custeio, quando contra a vontade externa, seja de grupo criminoso, seja de uma nação agressora.

Meditação: a necessidade do mal mantido chamado estado está nitidamente ligada ao conceito do “triunfo da vontade” do bigodudo alemão, que por sinal, pouco se lixava para Economia.

Observações:

Uma simples recomendação de leitura já mostra que em se tratando de polícia, mesmo para padrões pobres de estrutura estatal, não é necessário muito.

Estado de São Paulo tem 1 PM para cada 463 habitantes - www.fiquemsabendo.com.br

Para nações ricas, ainda que com o contrabalanço da mecanização e tecnologia, as proporções para forças armadas também não são insuportável exigência:

United States Armed Forces - en.wikipedia.org

Sobre o “bigodudo”:

David Gordon; Nietzsche and the State - mises.org


2

A crítica da Escola Austríaca a Marx

Um texto “removido” da Wikipédia. Aquii, para arquivamento, no formato “wikificado”.
O economista [[Áustria|austríaco]] [[Eugen von Boehm-Bawerk|Eugen Ritter von Böhm-Bawerk]] contestou a doutrina da mais-valia no final do século XIX. Segundo Böhm-Bawerk, o valor da produção que não é destinado ao pagamento dos salários existe como consequência da manifestação das preferências temporais dos capitalistas em relação ao processo intertemporal de produção.

Os produtos produzidos pelos trabalhadores só serão bens de consumo em certa quantidade de tempo. E como os salários são pagos antes do término do processo intertemporal de produção, muito do que é considerado lucro pela definição marxista deriva dos juros sobre os bens de consumo futuros (bens de capital). Isso ocorre porque, segundo Böhm-Bawerk, os juros existem devido aos seres humanos sempre preferirem ter um bem no presente do que ter esse mesmo bem no futuro. Os trabalhadores, que recebem os salários antes de que os bens de capital se transformem em bens de consumo, tem sua renda descontada por esse fator.

Outros [[Escola austríaca|economistas austríacos]] desenvolveram, já no início do século XX, a teoria de que os lucros e prejuízos líquidos (resultado do desconto dos juros e os fatores de risco sobre o lucro bruto), são resultado do ajuste incessante dos empresários às mudanças constantes no mercado. E que os lucros líquidos, somente são, em geral, maiores que os prejuízos quando o sistema econômico está em expansão e acumulando bens de capital. Isso ocorre porque um aumento da produção gera um aumento dos faturamentos que geram os lucros. Como os lucros aumentam (e também a produtividade marginal da mão de obra) a demanda por mão de obra aumenta e assim os salários sobem.

Diferentemente dos clássicos, para os austríacos os lucros líquidos sempre tendem a desaparecer ao longo do tempo porque os preços dos fatores de produção sobem com a aumento da demanda pelos mesmos que é justamente causada pelos lucros.


3

Aquelas duas paradoxais moças e uma certa pizza

Mais uma nota rascunho sobre o maravilhoso “argumento das duas prostitutas”:

Uma prostituta muito feia tem de cobrar barato pelo seu muito antigo trabalho, senão, o pão não come, assim como uma linda pode trabalhar pouco, ainda que sua “operação unitária” de trabalho seja a mesma, de onde trabalho não é o que gera valor, e sim, a atratividade, o desejo de quem consome, e por fim, ao trabalhador, genericamente, algo que acho que seja demais para o entendimento soberbo dos negacionistas do banal, o juro.

Dilemas de Alices - O "dilema das duas putas" - Liberalismus


Cruzado com o “argumento da pizza queimada”:

Um pizzaiolo recebe por sua carga de trabalho horário, um salário, mas tal não é relacionado com perdas que sequer são estatisticamente bem distribuídas, como uma pizza queimada. Assim, o trabalho realizado sobre uma pizza queimada não é o que produz seu preço, e não é o salário parte do lucro de sua produção apreendido. O trabalho é pago dentro de custos, mas antes da apuração dos resultados, exatamente pelo que diferencia o pagamento do trabalho do lucro final para o empreendedor/empresário seja o juro das diferenças de prazo de sua realização.




“Tempo é mais que dinheiro, tempo é a própria vida.” - máxima em Administração de tempo pessoal, normalmente atribuída à Alec Mackenzie. Refs.: Ross Weber Maltese; Um Guia Para Administração Do Tempo, livro que cita o artigo Alec Mackenzie (and Pat Nockerson); The Time Trap; AMACOM, 1972 (1997ou 2009)

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