quinta-feira, 12 de maio de 2016

Rascunhos de um eventual Hayekiano - V


1

Sobre “baixar o preço da gasolina”
suicidio.png


Sejamos diretos: Aqui não pode baixar.

Reduz o "fato gerador" que produz um volume de impostos que o governo necessita desesperadamente arrecadar.

“A carga tributária média sobre os combustíveis no Brasil é de 38,61% para a gasolina, de 31,36% para o etanol e 27,28% para o diesel [...]”

Carga tributária sobre combustível supera 42% no RJ - epocanegocios.globo.com

“[...]é por isso que quando o mundo vê o barril de petróleo desabar de 100 para 50 dólares, o consumidor estadunidense, canadense, europeu vê o preço cair por algum valor na bomba, e aqui não. Entenda: a Petrobrás e o sistema de derivados no Brasil não são uma empresa, e sim, uma ferramenta arrecadatória. O governo não pode abrir mão de porcentagem alguma, dado inclusive seus déficits, dos meus forçados 25% do preço dos combustíveis (qualquer mudança de valores não muda em coisa alguma o problema, apenas os valores).”

O petróleo não é nosso, é meu! - O ônus da concentração tributária sobre o petróleo - Liberalismus

“O ICMS é o único imposto estadual que se apresenta como componente do preço dos combustíveis, e seu valor varia muito de estado para estado. Considerando valores médios aplicados em cada unidade da federação, o maior percentual na gasolina ocorre no Rio de Janeiro, com 31%, e o menor valor para ICMS está no Amapá, com 24%.

Tratando-se do etanol, os valores variam de 12%, em São Paulo, até 27% em Alagoas, Espírito Santo e Sergipe. No caso do diesel, há 2 tipos diferentes e também 2 valores distintos, mas muito parecidos entre os estados.

O S500 possui maior incidência na Bahia e no Sergipe, com 18%. A menor incidência é no Rio Grande do Sul, com 11% de ICMS. O outro tipo, o S10, possui valores percentuais de ICMS variando entre 10% no Rio Grande do Sul e 17% no Acre, na Bahia, no Mato Grosso do Sul, em Pernambuco e em Roraima.”

[...]

“A União é responsável pela CIDE na gasolina, que possui percentual médio de 2% em todos os estados. Os valores de PIS/Cofins variam pouco, de 7% a 9% em todos os estados. No caso do etanol, não há incidência de impostos federais.

No caso do diesel S500, o PIS/Cofins possui incidência média de 8% em quase todos os estados, ficando apenas São Paulo com 9% e Acre, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima com 7%. Para o diesel S10, quase todos os estados possuem incidência de 8%, ficando com 7% apenas Acre, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Roraima.

O impacto dos impostos no preço final dos combustíveis é alto, chegando a 41% na gasolina, 27% no etanol, 28% no diesel S500 e 27% no diesel S10.”

Que impostos incidem sobre combustíveis? - minaspetro.com.br

Para entender-se essa questão com números simples, digamos que, como evidenciamos recentemente, aproximadamente, o preço do barril de petróleo no mercado internacional caia de US$ 100 para US$ 30, uma queda de 70%.

Como o preço do barril é um custo, e não o total dos custos (lembremo-nos de refino, logística, etc), digamos que a gasolina cairia, teoricamente, de R$ 3,00 para R$ 2,70, uma queda de 10%.

Assim, para uma carga tributária que, como vimos, ronda os 40%, digamos, sairíamos de 0,4*3,00=1,20 reais de arrecadação para 0,4*2,70=1,08; 1,20-1,08=0,12; 12 centavos de real a menos de arrecadação em cada litro, o que para um consumo anual aproximado de 37 bilhões de litros aponta para uma redução de arrecadação de 4,46 bilhões de reais, o que corresponde a 0,075% do PIB, e mais importante, um pouco mais de 0,2% da carga tributária.

Não, repetimos. Aqui não pode baixar.

Obs.:Percebamos que não trata-se do único problema do estado a queda de arrecadação “por litro”:

André Ramalho; Venda de combustíveis cai 3% no Brasil em 2015, aponta Sindicom - www.valor.com.br

Consumo de combustível no Brasil cai pela 1ª vez em 42 meses - veja.abril.com.br

Extras

bombagasolinanova-20160202.jpg
COMPOSIÇÃO DO PREÇO DA GASOLINA - www.br.com.br

postos-pr.jpg

Postos do Paraná lançam campanha divulgando a carga tributária sobre combustíveis - www.noticiasautomotivas.com.br

situacao-dos-bio-combustiveis-no-brasil-cristiane-z-de-an-6-638.jpg

Situacao dos Biocombustiveis no Brasil  - pt.slideshare.net



2


Um tanto atrasado, mas válido pois os números em si não mudaram.

Obama mais uma vez “arrebentou” no “Estado da União”, aproximadamente:

“- Àqueles que dizem que os EUA estão decaindo em sua capacidade de se defender, apenas digo: Os EUA são a nação mais poderosa do mundo. Ponto! Nosso orçamento de defesa é maior que a soma das oito nações posteriores por larga margem. [...] Tememos hoje mais atos de grupos de estados falidos que qualquer nação que possa ameaçar nossa existência.”


3

De “Nunes”, um dos frequentadores do blog Bolha Imobiliária:

O grande trunfo será a energia. Todos dependerão da energia, coisa que o Nikola Tesla já tinha previsto, pena que não foi levado à serio.

Preparem-se para a grande corrida!
Façam os cálculos rápidos: transição petróleo energia

Arábia e os Emirados já estão investindo em energia solar e outros tipos de energia.

Uma observação minha: “energia” num sentido amplo, de uma matriz energética que inclua eólica, termosolar, fotovoltaica, biomassa em suas diversas variedades, etc.
Meu acréscimo:
Tem um artigo do Asimov, muito interessante, que mostra que com energia maior, mais qualquer coisa se produz. Em “Encontro com Rama”, Clarke trata a questão mostrando as dádivas de Mercúrio (proximidade do Sol, metais pesados abundantes).
Água passa a ser uma banalidade. As reservas de água do planeta, ainda que “contaminadas” são imensas noutras palavras, os oceanos são “jazidas” do mineral água em imensa quantidade e muito bom teor.  A sua logística passa a ser também banal, e com ela, a produção de alimentos em escala “ao nível do desejado”. No campo do que seja mineral, a coisa é uma obviedade, pois os recursos minerais da crosta terrestre são de escala imensamente maior que o que se possa produzir apenas em sua superfície, que são os alimentos (e mesmo assim, aqui cabe algumas análises, como cogumelos em cavernas artificiais, hidroponia, etc).
As nações que se associarem entre tecnologia e espaço físico e a disponibilidade de luz solar (uma certa “vingança” das áreas desérticas), dominarão a Terra, inescapavelmente.
Não será um confronto entre ricos e pobres e seus recursos, mas entre ricos e poderosos que sequer se interessarão pelos recursos dos pobres.


4

Algumas frases:

"A economia compreende todas as atividades do país, mas nenhuma atividade do país compreende a economia". - Millôr Fernandes

Fiat justitia aut pereat mundus. ( Faça-se justiça ou pereça o mundo. )

Lema de Fernando I de Habsburgo (1503-1564 ) - pt.wikipedia.org

Muito válida para a confiança excessiva no próprio sucesso e na concessão de crédito:
Non enim solum ipsa fortuna caeca est, sed eos etiam plerumque efficit caecos, quos complexa est.

( Não só a sorte por si é cega, mas [ sobre a amizade ] torna cegos todo aqueles que abraça. )

Cícero, De Amicitia 54 (Da Amizade)


5

Observações sobre nosso governo - pelo menos até o dia 10/05/2016.

Como comentado no blog Bolha Imobiliária:

Total falta de liderança, rumo, objetivo, método, ou qualquer coisa lógica. É um salve-se quem puder, como puder, onde der e pra quem gritar mais…


Ó glória de mandar! Ó vã cobiça… - Velho do Restelo, Camões


A “quebradeira” pública:

O “ano” do “colapso de dívida” será um tanto adiante, tipo 2017 ao final ou até meados de 2018.

Primeiro, o governucho federal, e produzindo cascata para os estados mais apertados e os municípios com sua epidemia de quebradeira, irá irrigar a coisa toda com emissão de dívida, queimando as “folhas de cheque pré-datáveis” que ainda pode preencher.

Nesse meio tempo, estará protegido de uma onda inflacionária mais grave pela simples inércia do processo, e porque o “quantativismo” nesse campo, não é função direta, mas com certo grau de elasticidade.

Adiante, não terá escapatória, e além de um processo inflacionário mais grave em andamento, enfrentará moratória externa, calote generalizado interno e alguns momentos que sequer na “década perdida” dos 1980-90 enfrentou.

O “calote generalizado interno”:

Uma grande importadora ou indústria nos seus insumos e máquinas pode dar calote num fornecedor externo ou financiamento no exterior, mas não nos seus “locais”. Uma certa fidelidade aos de sua “nação” (aos não-de-sua-nação é o “externo”).

O que prevejo é um troca-troca de ninguém (sic) pagando quem quer que seja, todo mundo “aplicando” em todo mundo, e ‘dâne-se!’.
Esse é o interno. É a cadeia de lojas de eletro que parou de pagar todos seus fornecedores e todos os bancos com os quais lida, e ‘todos’ são até seus vizinhos em suas sedes administrativas. Inicia-se uma fase até de ridículos desaforos em restaurantes, pois em suma, empresas são pessoas e essas se conhecem.
Acredito que aqui, com outros termos, um “outro frequentador do blog”* tem a mesma visão que eu tenho, pois a vivencio, e concorda comigo.

* Entre vários que dividem a chamada “visão crashista” (de crash, como o termo usado em inglês para a crise de 1929, destacadamente), catastrófica.
No que trata-se de estado, Sarney e seu então governucho já tinha feito o exemplo para o estado, mas aí a questão é de outra natureza, e muitas vezes, trata-se de títulos que já tem décadas e seu fluxo de liquidação e prorrogação por pagamento de juros.

Boa leitura. Brasil declara a moratória - acervo.oglobo.globo.com

Moratória no que trata-se de governo não é “deixar de pagar um fornecedor”. É seguidamente, deixar de rolar os títulos e inclusive, com esse dinheiro, tapar os rombos que seguem dos fornecedores aqui, em terra bananensis (brasileira).

Assim, por pegar-se o “cartão de crédito e pedalar a fatura”, dispõe-se de dinheiro em caixa para outras atividades do estado, mas corta a tomada de dinheiro adiante, eleva os juros e gera uma desconfiança generalizada.

Uma outra descrição dessa limitação seria: O estado não pode dar calote nos fornecedores internos acima de determinado nível senão suas atividades colapsam em grande escala, no limite do insuportável, tipo vacinas.
Perguntam-me: “– Tal limiar sem volta é em torno dos 80% da dívida, e antes disso tudo?”
Adiante, pois o estado tem a liberdade (e a desgraça) de ter meios de produzir moeda, não só dívida, que são coisas um tanto…, não, bem diferentes.

“–Ocorre ainda em 2016?”

Não. Vamos nos arrastar por mais degradação do cenário por 2016 inteiro, numa taxa que pode chegar a -3,5% ou até um tanto mais do PIB (Nota: atualizando, as previsões quando dessa edição já são mais profundas, piores, na faixa de -4,2 a -4,5%), uma inflação renitente a caminho novamente dos dois dígitos, causada por dívida do governo, e desemprego rumando para os 12 a 13% (essa opinião minha é espelhada nas avaliações dos especialistas do campo do emprego, pois não estudo o fenômeno, só suas consequências mais diretas).

Obs.: Em 1° de maio de 2016, já tínhamos valores de 10,9%. Ref.: Crise internacional e problemas internos são causas do desemprego no Brasil - agenciabrasil.ebc.com.br

“–E a G.E.E.L.E.*, você acha ainda que os vermelhos de olho puxado se seguram uns dois ou três anos? Ou a catástrofe lá se acelerou feio?”

*G.E.E.L.E.: Global Economics Extinction Level Event, um Evento de Nível de Extinção da Economia Global.
Acredito que a China vai continuar se deteriorando e se desnudando na enorme fantasia que sempre foi, e com consequências crescentes para o mundo, mas note que não para o Brasil, que é meio anão em termos internacionais, e é capaz de sofrer mais em termos de minério (matéria-prima) que em termos da agricultura, pois o consumo chinês nisso se manterá, pois é “A” - alimentar e médico, na escala de importância do consumo – e poderá ser suplementado pela acensão da Índia, que vem acelerando e é uma economia mais “às claras”, e portanto, mais confiável.

Mas, em “balanço”, acho que a China tem ainda muita, mas muita lenha para queimar.
Pode, até pelo (tire-se qualquer maquilagem) crescimento, manter-se em decadência de ritmo por alguns anos.
O que avalio é que a “festa” lá realmente já acabou, e é capaz de ter alguns espasmos meio graves, como o mercado de ações, que é o caos, e o para “alavancagem em bancos vs bolha imobiliária”.

Daí pode vir algum movimento brusco, mas não um colapso.

Enquanto isso, ondas de efeitos se espalharão pelo mundo.

Austrália teme pelos minérios, Alemanha pelos bens de capital, etc, todo mundo sofrerá um pouco.

A questão básica, é que a mais importante das variáveis, a única que ao final realmente propulsiona riqueza (e só existe a real, não a fictícia da alavancagem por crédito), nós não temos, e nem teremos durante um bom tempo: produtividade.
Podem esquecer! Não temos agregação de valor, não temos mão de obra qualificada, não temos infraestrutura e igualmente à produtividade (relacionam-se) nem a teremos por um bom tempo, etc.

Então, a inércia para se colocar a andar a coisa gozará (ou sofrerá) de um bom tempo de implementação e retardo, e como os processos aqui são “bananenses” em ritmo, por um bom tempo sequer efeitos surgirão.

Espasmos como delírios de 650 a 850 bilhões de investimento US$ no pré-sal e refino, que implicaria obviamento no mínimo igual retorno, NÃO VIRÃO mais, nem são mais possíveis.

Projeto não há, sequer verdadeira manutenção do que existe.

O parque aeroviário, que pode responder por alguma colaboração em infraestrutura, não é no pesado realmente significativo, e é muito adequado para quem exporta bens de alto valor agregado, como eletrônica, química fina, etc. Não somos isso, novamente, por não sermos grandes agregadores de valor em nossas exportações.

Como inúmeras vezes já disse, parafraseando o grande Dante Alighieri, “percam todas as esperanças aqueles que aqui habitam”.

“Não vai”, e antes de mais uns 5 anos, não tem sequer como começar a ir.

E antes disso, o crash de diversos leitores da economia bananense, de modestos a altamente qualificados, e mais necessidade de muitos remendos. Numa metáfora bem ilustrativa, o barco vai afundar antes de sequer poder ser levado ao estaleiro para consertos.


6

Ah, os Campos Elísios* marchando para ser a tranqueirada que é hoje…

*Bairro de São paulo que já foi extremamente nobre e caiu em profunda degradação.
História bananense no aspecto urbanidades, ciência meio lesada de memória, mas que insiste em repetir tragédias…

“Não sou chato, sou sério, mas no Brasil ser sério é ser chato”. - Murici Ramalho

7

Visitei sua terra natal e outras paragens por alguns dias, e digo-lhes: uma onda de erosão econômica chegou, obviamente, e espalha-se pelo país em todos os ramos (o mercado), todos os níveis (a estrutura do que chama-se estado), mas está muito longe de mostrar toda sua energia, toda sua profundidade.

Principal fato: o desemprego continuará em crescimento, e seu efeito dominó, em andamento.

Mais e mais unidades da federação entrarão em colapso de diversas de suas atividades fim, como a vacinação, destacadamente, dentro do que já seja a combalida saúde.

Aqui, poderia alongar por páginas os colapsos que todos os dias vemos. Mas basta citar que a reposição de funcionários que continuamente se aposentam ou” dão baixa” não está sendo feita, por simples impossibilidade de orçamento, destaque-se a segurança pública.

Mostra maior de como a coisa é perceptível: a crescente redução do PIB pelo relatório Focus, repetindo o comportamento que já vemos desde 2013, e ainda, com inflação sendo prevista em crescendo.
Termômetros imediatos de mais aperto à frente: mercado do aço não mostrando qualquer reação, e toda a cadeia a ele associada.

E percam todas as esperanças aqueles que aqui habitam ou chegam: o governo é simplesmente incapaz de apresentar qualquer capacidade de reação ao que está ocorrendo, sequer, hoje, medidas dos seus moldes desenvolvimentistas, pois seus graus de liberdade (alavancagem no setor público, o cenário internacional, a captação das reservas dos trabalhadores, etc) estão completamente estrangulados.

Só poderia fazer alguma coisa (e o mercado, aqui, é incapaz de o fazer, e nem é de sua natureza) fazendo “pintura de dinheiro”, e aí é simplesmente pulverizado pela inflação.

Adiante, só nos resta catar os cacos, e como bem profetizado por essa gentalha inútil que aqui frequenta, o mercado imobiliário é apenas um pequenos dentre os problemas.


8

LEANDRA PERES; O aviso foi dado: pedalar faz mal

O aviso foi dado: pedalar faz mal - www.valor.com.br
Nos nossos arquivos:


Destacamos:

“Mantido sob sigilo até agora, o relatório, ao qual o Valor teve acesso, continha um claro alerta à cúpula do governo: “O prazo para um possível ‘downgrade’ é de até 2 anos”; “Ao final de 2015 o TN [Tesouro Nacional] estaria com um passivo de R$ 41 bilhões” na conta dos subsídios em atraso; “Contabilidade ‘criativa’ afeta a credibilidade da política fiscal”.
Novos avisos foram incluídos em uma versão revisada, de setembro de 2013. O caixa do Tesouro estava muito baixo e foi citado no documento como “risco para 2014”. Os técnicos do Tesouro projetavam um “déficit sem perspectiva de redução”, falavam em “esqueletos” que teriam que ser explicitados e recomendavam “interromper imediatamente quaisquer operações que produzam resultado primário sem a contrapartida de contração da demanda agregada ou que gere efeitos negativos sobre o resultado nominal e/ou taxa implícita da dívida líquida”.”

Um comentário:

  1. Muito bom Quiumento. Você já ouviu falar duma liga/pó metálica que um cara chamado Samuel Freedman criou chamada Chemalloy ? Parece que ela facilita a dissociação da água em oxigênio e hidrogênio há uma taxa rápida, fora outras utilidades. Veja aqui: http://free-energy.ws/samuel-freedman/

    Jack do BoB

    ResponderExcluir