segunda-feira, 2 de abril de 2012

Como andam nossos biocombustíveis.


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Conseguimos ser importadores de etanol de nosso mais pretendido cliente, ainda não conseguimos sair da centralização em soja para a produção de biodiesel e pelo mesmo motivo de nem termos etanol suficiente para este ser queimado diretamente, caímos na, diria perturbadora, importação de metanol oriundo de petróleo.

Conseguimos no segmento de hidrocarbonetos, passar a ser importadores de gasolina.

riosvivos.org.br


Recomendo uma leitura, remomorando determinado status que tínhamos ao final de 2010, pela leitura do excelente texto de Adriano Pires, 2010 e os desafios do setor de energia para 2011.

A situação já é perceptível por todos e a apresentação do quadro, na mídia, diariamente:


Algumas curvas apontam já inequivocamente agravamento destes problemas:

Rogério Recco; Produção de cana-de-açúcar está em queda no Paraná - digital.odiario.com 

Enquanto isso, a marcha inexorável no aperto de custos continua:

Roberto Musatti; O DILEMA DA PETROBRASunisite.com.br

Deste artigo, destaco a magnífica e simplíssima tabela, que mostra onde se encontra a fonte de muitos de nossos problemas:


Poderia somar:  


blogdoonyx.wordpress.com

Mas a devastadora bomba (percebem o trocadilho infeliz), para mim, está clara neste trecho de um artigo importante sobre o tema:

"Na Feira Internacional de Automóveis em Frankfurt em 2009, entretanto, os carros híbridos, movidos a eletromotores e gasolina, e protótipos de carros com eletromotores chamaram muito mais atenção do que carros com motores flex-fuel. Obviamente os biocombustíveis da primeira geração, como etanol da cana-de-acúcar, são vistos na Europa e na Ásia como uma tecnologia de transição cuja época já terminou antes mesmo de ter sido usada nos automóveis nesses continentes."

Ref.: Gerd Kohlhepp; Análise da situação da produção de etanol e biodiesel no Brasil; Estud. av. vol.24 no.68 São Paulo 2010.

Não é conveniente, jamais, se investir em fábricas de polainas, quando estas estão saindo de moda.



A mentira é o único privilégio do homem sobre todos os outros animais. - Dostoievski

Meu corolário: E o animal político, usa do privilégio da mentira de forma inigualável entre todos os homens.




Extras

I

Claro que a marcha da elevação das despesas do estado não tardaria a mostrar que muitos já percebem para onde rumamos:



E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, , é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem. - Rui Barbosa,1914.

II

Uma amostra banal, jogada aos nossos olhos pela irrefutabilidade de uma clara imagem.

Hinman - Nebraska


Como já disse e repeti inúmeras vezes, não se pode comparar a logística dos EUA com coisa alguma equivalente em nossa terra, e portanto, exatamente como vemos na planilha acima, surgem valores de pesada diferença em nossos custos. 


III

Um gráfico com números massivos e claros mostra mais que qualquer campanha de marketing possa fazer. Certas curvas não ganham determinadas flexibilidades.


Ou seja: Certas metas de produção apresentadas não serão atingidas.

Para entender todo o dilema, a fonte do gráfico acima:


IV


Vamos deixar algumas coisas bem claras:

1) Haver uma enorme reserva de petróleo em determinada posição, não implica que seja possível tirá-lo, tecnologicamente falando, de lá.
2) Havendo a tecnologia, não implica que será viável economicamente pela pressão natural ou artificail a ser imposta ao reservatório.
3) Em sendo viável com um barril a determinado preço, não implica em que seja a outro, menor.
4) Em sendo viável em determinado preço, não implica em que não se tenha danos ambientais causados pelo geológico que tornam a exploração inviável, com riscos de incidentes no tempo.

Para entender isto com detalhes que não trataria aqui:

Luiz Maklouf Carvalho; Multiplicação do perigo - revistapiaui.estadao.com.br

Vazamento de petróleo de um poço operado pela Petrobras na bacia de Santos.
Fonte da foto acima, e já um ótimo artigo sobre o tema: Vazou de novowww.pick-upau.org.br

Onde destaco: "A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) rejeitou o plano de emergência apresentado pela Petrobras no processo de licenciamento do sistema de produção do pólo pré-sal, na Bacia de Santos."

Mais uma vez, a minha "maldição de Cassandra": Finda um período cinza - Ver "Extras 3)"

Pois bem. Petrobras, que é a "toda poderosa", não tem tal capacidade, especialmente no emergencial, como o teria menores, ainda mais, embrionárias?

V

Paralelamente a todos os problemas com biocombustíveis e combustíveis fósseis que enfrentamos, outras limitações "correm por fora":


VI

Nunca é tarde para mostrar que não sou só eu que percebe que nossa situação, especificamente quanto ao endividamento público, não é como a dos EUA, e o panorama pode ser, na verdade, uma turbulento mar, ainda que na superfície, oculto por pétalas de rosas.
  • Alexandre Schwartsman; Ctrl-C Ctrl-V - rodrigoconstantino.blogspot.com.br - (originalmente, na Folha de SP)
Após uns 20 minutos de Ctrl-C e Ctrl-V, demonstrações numéricas simples e claras do enorme buraco onde estamos enfiados.
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