quarta-feira, 29 de junho de 2016

Notas econômicas um tanto irritadiças - 1


1

Fui tomado de espanto num noticiário esses dias com a proibição por parte do ministério público das queimadas para a colheita de cana em certas regiões de São Paulo.
cana 01.png

Tal espanto se deu em duas etapas. Primeiro, que ainda tenha de se discutir “queimadas ou não-queimadas”, e que em estas havendo, ainda se tenha de – não permanentemente – as proibir.

Assisti em Campinas, certa vez, literalmente chuva de cinzas. Basta essa descrição para se entender que as queimadas tem de ser definitiva e genericamente (no que tange à regiões) proibidas.

A questão de que depois, na produção de álcool e açúcar, pela óbvia necessidade de reidratação da biomassa, ter maiores gastos de água e energia na produção é outra questão, que obviamente, só torna mais necessária e viável tal proibição.
A segunda etapa de espanto é que devido a “não-queimadas”, os trabalhadores braçais - repitamos: braçais – da colheita, leia-se aqui o notório e lamentável termo “boia-fria”, estavam reclamando que com a diminuição da produtividade (braçal!) os rendimentos caíram, a dureza do trabalho*.

*Cana é como muita gramínea, planta que se defende com bordas cortantes e especificamente com pequenos, minúsculos, espinhos que bem conheço), pelo menos em certas variedades, extremamente dolorosos em sua eficiência
Um produtor alegando meio irritadiço, que tinha sua produção, consequência óbvia novamente, diminuída.
Claro que lembro muito bem, e até tratei disso em texto sobre biocombustíveis, que a passagem para a colheita mecanizada tem de respeitar passos de menos danos sociais, e tal se faz por graduação, desmobilizando e readequando as massas de trabalhadores envolvidos em suas regiões de origem (dificilmente, a massa desses trabalhadores é local, sendo migratória entre esta e outras colheitas).
É assustador o quadro, guiado, ao que me parece, com algo que me lembra a britagem de pedras à mão, em mão-de-obra infantil, (no nordeste brasileiro nos anos 1980, documentada em vídeo à época, amplamente.
Acrescentou-se agora a nuance da questão ambiental, e nem tratemos do próprio problema ambiental maior que é o, ironicamente, ainda que em humor “cinza”, “tudo vai acabar em cana”.

Para os produtores:
Parem de explorar mão-de-obra barata que sequer é realmente rentável e vão comprar máquinas!
Não tem capital?
Não tem crédito ou não conseguirão cobrí-lo?
Saiam do ramo!


2

Ouço notícia de que os shoppings de Sorocaba estão em crise.

Elementar. Construiu-se nesse país mais espaços comerciais de grande superfície do que existe mercado, então, naturalmente, darwinianamente, uma competição por mercado que tem muito limitada capacidade, tanto em número quanto renda, se estabelece, e não tarda a causar seus efeitos.

Lembro mais para o início dos anos 2000, quando em Porto Alegre houve a inauguração de mais um shopping de grande porte* de ter afirmado entre amigos: -Não é que não tenha consumidor para todo esse espaço, mas não tem sequer lojista para todo esse espaço.
*Que mesmo em região com certo isolamento - mas não as mais significativas separações que caracterizam Florianópolis ou o Rio de Janeiro - situava-se em distância não muito proibitiva de deslocamento de outro do mesmo porte.

Explico: um lojista que já está num espaço (ponto), mesmo desconsiderando o “ente maior de marketing mix” Praça limitado acima (relembremos: número e renda) pode não ter capacidade de investimento e reservas**.

**Para períodos de ter de bancar custos fixos e resíduos de investimentos necessários sem ainda retorno em seu caixa que tais sustentem.

Aqui, entra de catalisador o “efeito corredor”, em que uma loja fechando, não causa grandes efeitos às demais, mas quando é perceptível o número de lojas fechadas - no corretor em questão – esse sofre um efeito cascata que mais e mais lojas fecham e menos consumidores por ali transitam, e perde-se, só para servir de exemplo, até mesmo pequenas vendas por impulso.

O “efeito corredor” é tão marcante que implica em esforços e sacrifícios do Marketing e da Administração do shopping (inclusive, ampliando períodos de carência e propiciando descontos de suas receitas).

Voltando à batalha entre os shoppings, o problema se agrava banalmente quando há períodos de menor opulência econômica, mesmo sem considerar uma super-oferta de espaços.

Acrescente-se que devido aos altos valores cobrados pelos shoppings, muito da formação de preço para enfrentar os limites do mercado tornam impossíveis as operações, tornam inalcançáveis “custos meta” nas compras ou contratos de fornecimento e trabalho, conduzindo novamente os estabelecimentos que queiram continuar operando aos antigos “pontos de rua”. Não há qualquer escape, seja para o grande espaço que perde seu cliente, seja para o empresário que quer manter os seus.

Agora, coloquemos o cenário para os muitos municípios brasileiros com a explosão dos espaços que ocorreu nos últimos anos e teremos algo análogo a uma epidemia.

3

Tenho um a certa aversão pelo conceito da “bolsa atleta”.

Não, minto. Acho completamente - no nosso nacional caso - absurdo. Tem de ser extinto.

Um país que não consegue dar educação* e saúde** não pode ser o provedor da renda, seja ela como vá ser distribuída, de atletas, seja em que esporte for.

*Que não relaciona-se diretamente com esporte de alto desempenho, competitivo e que pode e deve ser bancado com quem ele lucre, ou quem nele tenha desejos de glórias, aquela coisa que consta que é eterna até a própria notícia de record, ou mesmo derrota ou a simples erosão da História.
**Que acredite, não é relacionado também com esporte de alto desempenho, que seguidamente, conduz o praticante a altos níveis de stress e diversas doenças consequentes. Mas claro que aqui, o que mais interessa é a saúde do trabalhador e de seus dependentes, que ao final, acabarão pagando, nesse sistema, pela “efêmera glória de poucos”, ou pior ainda, por sua simples “satisfação de ego”.

Pior que assisti, mesmo com a simpatia que tenho pelos praticantes dessa arte+esporte, o patrocínio a fisiculturistas, que sequer é um esporte olímpico ou de competições regionais, e encaixa-se mais que tudo no “ego” a ser satisfeito citado acima. Que se encarreguem deles grandes academias ou redes, comerciantes e indústria de suplementos.

Mas num nível mais geral, podemos atacar esportes com certas peculiaridades, como a esgrima, a equitação, o tiro, e segue-se lista que não é dos esportes de base, como o clássico atletismo ou a que julgo natação, ou ainda os coletivos, que propiciam integração em todos os níveis imagináveis, desde uma sala de aula até uma cidade inteira.

Mas mesmo nesses, não é necessária nem prudente, dado o nosso quadro, a presença do estado no sustento dos competidores, e sim, no fomento a sua presença na esquecida educação.

Noutras palavras, primeiro a mínima quadra, campo ou pista na modesta escola que seguidamente nem teto possui (um problema a ser resolvido antes), depois, com muitos excedentes, qualquer dinheiro tirado, sempre repito,“do saco de arroz e do chinelo barato” do mais pobre elemento da sociedade.

Como escrevi certa vez, uma sociedade não é medida como premia seus indivíduos mais aptos, mas como trata seus menos capazes.

Obs.:

Querem saber no que resultará todo esse desejo de termos glorificados com louros esportivos?

Aguardem a olimpíada.

Simples questão de tempo para mais uma fantasia à custa do sacrifício de milhões (mais de pessoas) ser feita em farelo.


3.1.

Problema derivado de (3)

Fico sabendo que nossas forças armadas estão “adotando” atletas.

Coisa realmente linda de se ver. Não se consegue nem patrulhar fronteiras, rios e espaço aéreo e aventuram-se nossas forças por virarem mecenas de, digamos apenas como exemplo, arremessadores de dardos (prova que tem, no fundo, origem marcial) para mostrar nossa superioridade como sociedade pelos campos de prova do mundo à fora.

Convenham os que a natureza, motivos e circunstâncias das medalhas que militares recebem são outros.

Não devo lembrar o problema de uniformes e “etapa” (alimentação), das forças, não é mesmo?

Considero que realmente não se faz necessário.

Mais um caso, fora o problema “do saco de arroz e do chinelo” acima citado, para complementar minha série sobre o “Sabiá que quer virar Harpia”, que pelo visto, necessita robusta e atenta revisão e ampliação.

Recomendo:

BERNARDO SANTORO;
Voltando ao assunto Bolsa-Atleta - www.institutoliberal.org.br

Governo vence a medalha de ouro na modalidade gasto inútil: “o bolsa-pódio” - www.institutoliberal.org.br


Minha série sobre uma certa “coletivização do delírio de poder”:
O sabiá que quer se tornar harpia - Liberalismus - 2009/09

Doutrina militar brasileira - marcha para o insano - I - Liberalismus - 2009/08

Doutrina militar brasileira - marcha para o insano - II - Liberalismus - 2009/10

4
Nos últimos dias a Lei Rouanet tem frequentado seguidamente o noticiário - policial - independente de discussões sobre ela e seus resultados e origem de fundos.

Quanto aos resultados, desculpem-me, mas apenas gerou mais e mais disputantes felizes ou não por “tetas”.

Quanto à origem dos fundos, não discuto rudimentos de Contabilidade com que tem arroubos delirantes de “saber do que está falando”. Como já disse, simples “partidas dobradas”.

Novamente, ao fim será pago “do saco de arroz e do chinelo barato” do mais pobre elemento da sociedade.
Incentivo à cultura não é filme, peça de teatro, livro seja literatura, seja de fotos (pior ainda, concordemos) que no final, é apenas exercício de ego e, claro, “tetas”.
Qual o nexo de financiar grupo circense estrangeiro de ingresso caríssimo? Cantor lírico consagrado? Grupo ou estrela do rock ou pop?

Temos antes sinfônicas municipais e estaduais bem providas, conservatórios?

Aliás, temos filarmônicas que abatam parte das despesas que possuem?

Esqueço que discutiria horas se comunidades pobres precisam de escolas de balé, ou mesmo danças folclóricas, para forçar o exemplo.
Discuto se é ao menos algo distante do racional, ou ao fim ridículo, se baratear ingressos que viabilizem qualquer projeto que é bem definido lazer para as classes mais ricas.

Discuto se pode inclusive ser gasto qualquer dinheiro público com espaços para concertos de orquestras sinfônicas, como já discutia sobre Porto Alegre anos antes, quando seque, como não canso de repetir, sequer calçadas uma cidade possui.

Se os abastados querem um palácio de cristal e adequadas madeiras com nobres propriedades acústicas para ouvirem versões “humanas” do que podem ouvir confortavelmente em suas casas em versões “eletrônicas”, digamos, que tirem dinheiro de seus bolsos e tal financiem.

Notemos que o parágrafo acima, com mudança de termos, pode responder refutar todas as questões similares.

È claro, que como conceitualmente, vide banais educação (a mais necessária) e indiscutíveis saúde e segurança, a questão está corrompida no conceito, não tardaria a ser corrompida na prática, e segue-se mais uma onda de escândalos da nação, até, repitamos a palavra, com os casos mais ridículos de puro estelionato e apropriação indébita.

Não se poderia esperar nem obter outro resultado.

terça-feira, 21 de junho de 2016

O lamentável estado dos estados



Um excelente trabalho em gráficos da situação assustadora dos estados brasileiros, com capacidade de seleção, clicando-se nas siglas dos estados:
Confira a situação da dívida pública do seu Estado
Os Estados não podem dar calote no governo federal. Sob as regras atuais, no entanto, torna-se impossível pagar a dívida. Será preciso renegociar
GRAZIELE OLIVEIRA 17/06/2016 - epoca.globo.com


Epoca 1.png

É de se destacar o serviço de dívida do RJ.


As negociações realizadas apenas lançam para adiante no tempo o problema, e sem um crescimento robusto da economia (e desta, da arrecadação), concomitantemente com o corte de despesas (especialmente as correntes), o problema voltará a acontecer, independentemente de no momento prejudicarem pesadamente a situação da união, que é análoga.


Extras


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Lições rápidas de Marketing de Produtos de Luxo


Produtos de luxo não são vendidos pela sua qualidade propriamente dita, ou mesmo seu valor intrínseco, como o são as joias - numa análise mais simples dessas - mas pelo status e "afagos ao ego" que produzem em quem as apresenta como suas, e pelo ritual social que é ser visto as comprando.


Seu valor, pois, é completamente subjetivo e paga o serviço extremamente complexo dos fatores apresentados acima.


2

Uma lista simples de literatura em Economia

DORNBUSCH, R; FISCHER, S.; STARTZ, R. Macroeconomia. 8ª ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2003.

KRUGMAN, P., WELLS, R. Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Campus, 2006.

MANKIW, N. G. Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeconomia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S. (org.). Manual de economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

PINDYCK, Robert S.; Rubinfeld, Daniel L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Prentice-Hall, 2006.


ROSSETTI, Jose Paschoal. Introdução à  Economia. 18ª ed. São Paulo : Atlas, 2000.


VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. 5ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Lei de Goodhart



Rascunho de tradução de: en.wikipedia.org - Goodhart's law


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philebersole.wordpress.com


A lei de Goodhart é nomeada em homenagem ao economista que lhe deu origem, Charles Goodhart. Sua formulação mais popular é: "Quando uma medida torna-se uma meta (ou alvo), ela deixa de ser uma boa medida."


A formulação original por Goodhart, ex-assessor do Banco da Inglaterra e Professor Emérito da Escola de Economia de Londres, é esta: "Assim que o governo tenta regular qualquer conjunto particular de ativos financeiros, estes tornam-se pouco confiáveis ​​como indicadores das tendências da economia." Isso ocorre porque os investidores tentam antecipar o que o efeito do regulamento será, e investem de forma a beneficiar-se dele. Goodhart a utilizou pela primeira vez em um artigo em 1975, e mais tarde se tornou popularmente usada para criticar o governo do Reino Unido de Margaret Thatcher tentando conduzir a política monetária com base em metas de volume de moeda tanto amplas como precisas. No entanto, o conceito é consideravelmente mais antigo, e ideias proximamente relacionadas são conhecidas sob diferentes nomes, por exemplo, a lei de Campbell (1976), e a crítica de Lucas (1976). A lei está implícita na ideia econômica das expectativas racionais. Enquanto ela se originou no contexto das respostas do mercado, a lei tem profundas implicações para a seleção de alvos de alto nível nas organizações.[1]

Expressões

Any observed statistical regularity will tend to collapse once pressure is placed upon it for control purposes. (Tradução: “Qualquer regularidade estatística observada tende a entrar em colapso quando a pressão é colocada sobre ela para fins de controle.”) (Formulação original de Goodhart, de 1975, relançada na p. 116 no artigo de Goodhart de 1981[2])

A risk model breaks down when used for regulatory purposes. (Tradução: “Um modelo de risco quebra-se quando utilizado para fins regulamentares.)  (Daníelsson, 2002) (Daníelsson formalmente estabeleceu isto como um corolário da lei de Goodhart.)


Referências

1.Goodhart, C.A.E. (1975). "Problems of Monetary Management: The U.K. Experience". Papers in Monetary Economics(Reserve Bank of Australia) I.
2.Goodhart, Charles (1981). "Problems of Monetary Management: The U.K. Experience". Anthony S. Courakis (ed.), Inflation, Depression, and Economic Policy in the West (Rowman & Littlefield): 111–146.


Leitura adicional

K. Alec Chrystal and Paul D. Mizen, Goodhart's Law: Its Origins, Meaning and Implications for Monetary Policy, November 12, 2001
Daníelsson, Jón (July 2002). "The Emperor Has No Clothes: Limits to Risk Modelling". Journal of Banking & Finance 26(7): 1273–96. doi:10.1016/S0378-4266(02)00263-7.
DORNBUSCH, R; FISCHER, S.; STARTZ, R. Macroeconomia. 8ª ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2003.

Apêndice

Lei de Campbell
"Quanto mais qualquer indicador social quantitativo é utilizado para a tomada de decisão social, mais sujeito será a pressões de corrupção e mais apto será para distorcer e corromper os processos sociais que se pretende monitorar.” - en.wikipedia.org - Campbell's law


Extras
1


Alguns cálculos rápidos
Estamos indo bem…
Inflação abril 0,61% ( índice 1+0,61/100=1.0061 )
Inflação maio 0,78% ( índice 1+0,78/100=1.0078 )
Média geométrica: (1.0061*1.0078)^(1/2)=1.006949 ( 0,695% )
Potencial para 12 meses: 1.006949^12=1.08665 ( ~8,67% )

Últimos 12 meses de maio: 9,32% ( índ. 1+9,32/100=1.0932 )
Últimos 12 meses de abril: 9,28% ( índ. 1+9,28/100=1.0928 )
Média Geométrica: (1.0932*1.0928)^(1/2)=1.09299 ( ~9,3% )

SELIC 14,25% ( índ. 1,1425 )
Potencial de juros reais de 1,1425/1.0932=1.04509 ( ~4,51% )
a 1,1425/1.08665=1.05139 ( ~5,14%)


...“aut non” (ou não) - Cláudio (Tiberius Claudius Caesar Augustus Germanicus), à saudação a César, segundo Suetõnio.


2


“Todo político decente é bastante masoquista para sonhar, de vez em quando, em cair em chamas, enquanto os anjos cantam.” - O Despertar dos Deuses, Isaac Asimov


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A maior parte da civilização é baseada na covardia. É fácil civilizar ensinando a covardia. Minam-se os padrões que levariam à bravura. Contém-se a livre iniciativa. Regulam-se os apetites, colocam-se cercas nos horizontes. E se faz uma lei para regular cada movimento. Nega-se a existência do caos e se ensina as crianças a respirarem lentamente. Doma-se. — Os diários roubados - O Imperador Deus de Duna, Frank Herbert

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A partir de apresentação do procurador Deltan Dallagnol, em 10 de junho de 2016.

Num ambiente de corrupção sistêmica, as negociações e aquisições de uma empresa estatal não são feitas com base nos melhores resultados para a empresa - e daí o surgimento da propina relativamente proporcional - mas em vista apenas do volume de propina possível, independendo dos piores resultados para a empresa.