segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Quebrar, atolar, falir






"Nenhuma empresa é grande demais para não quebrar. O que existe são governos que impedem a quebra. Cadê meu café?!" - Pregações de Fluxo de Caixa, Pai Xicão de Passo Fundo, o personagem que criei no blog Bolha Imobiliária, misto de pai de santo com consultor financeiro.


Estes dias no blog Bolha Imobiliária esteve alguém afirmando que a Petrobras não poderia “quebrar” porque tem (o valor pouco importa) “70 bilhões em caixa”.


Uma coisa não tem coisa alguma a ver com outra, inquebrantavelmente.  Não há um nexo lógico imburlável entre ter-se um volume de caixa disponível e marchar-se para uma falência.

Lembremos de algumas minhas máximas:

“Não há capital por maior que seja que resista a uma administração irresponsável.”

Ou também:

“Não há fortuna que resista a uma gestão temarária”.

Ou ainda, muito mais sutil:

“Não há volume de capital que sobreviva a um fluxo de caixa sempre debitante.”


Há condições necessárias, mas também há condições não suficientes.

É evidente que uma empresa sem caixa algum, inclusive em breve realizável por recebíveis ou realização de ativos sendo liquidados, irá à bancarrota. Chega um momento que tal situação é necessária, ou, noutras palavras, chega o momento que o caixa zera.

Mas, por outro lado, mesmo um volume imenso de caixa disponível hoje pode apenas ser isto, e sobre ele, advir ao longo do tempo um ainda maior volume de gastos, que o fulminarão. Ele só está volumoso por se apresentar assim “agora”.


O que indica um popular "quebrar" - associado ao mais jurídico "falir" é o balanço, o fluxo de caixa, o total das titularidades pró e contra a instituição, este caixa enfrentando índices de liquidez, e não quanto alguma empresa possui "em caixa".


Por este argumento, bancos, com maior valor ainda em caixa que qualquer empresa não bancária, pois tem de estoque ativos na forma de depósitos, “sua mercadoria é o dinheiro”, não faliriam. E mesmo assim falem, olhemos a história.


A coisa é muito mais delicada e detalhada que "ter grana" e mesmo "ter recebíveis", e tem de levar em conta o fator tempo - e deste, "fluxos".


Estes fluxos, que desde uma empresa de pequeníssimo porte até as maiores organizações (incluindo estados), enfrenatam o que chamo de “marcha para a inoperacionalidade”.


Entre estas organizações, incluem-se até os estados.

Eu gosto de usar o termo "atolar", para a empresa que simplesmente, torna-se inoperacional em função de num período, ficar sem caixa, sem liquidez.

Explico de maneira simplíssima: há empresas que zeram o seu caixa, possuem enorme estoque e até recebíveis, mas por diversos e/ou variados fatores, ficam impossibilitadas de fazerem compras ou pagar seus serviços, por não possuir crédito suficiente ou liquidez, e com tal situação, “oneram suas demandas”, com diversas estratégias para novamente se capitalizarem ou recuperarem suas linhas de forncimento - leia-se crédito.

Um exemplo que já assisti é enorme valor amarrado em comprar de longo prazo para entrega - importação - causando descapitalização e diversos problemas decorrentes.


E só uso "falida" para aquela situação já juridicamente decidida.


Costumo usar o termo "quebrar" raramente, e prefiro dizer "tropeço", "trancos e barrancos" para quando a coisa vai por vias meio caóticas, erráticas, por "pulsos". Tem-se dinheiro, deixa-se de o ter, e sobre esta flutuação, pouquíssimo controle tem-se.

Chegando ao ponto que pretendíamos...
Sim, a Petrobras não está "quebrada", nem no popular. Mas está enfrentando uma "viscosidade" enorme, e apresentando resultados nos seus balanços com queda de qualidade, e enfrentando uma fuga permanente em seu caixa por dois motivos estampados na imprensa todo dia:


1) Pressão no caixa pelas importações enfrentando freio do governo na inflação de custos que pode produzir se for "senhora" de seus preços, coisa que tem de se tornar, pois não é senhora de seus custos.


2) Necessidades extensivas de investimento, devido à reposição de produção decadente de campos antigos, correlata com a necessidade de investimento na expansão do pré-sal


Somado a isso, é ferramenta arrecadatória, e não pode manobrar de forma alguma devido as necessidades de caixa do governo.


Rodrigo Constantino analisou esta questão com mais profundidade do que eu, apresentando dois interessantíssimos gráficos:



Petrobras: o retrato da destruição - veja.abril.com.br


Onde destaco:

“Colocando ambos em base 100 no começo de 2010, eis o que temos hoje: a Petrobras vale apenas cerca de 20% do que valia em relação ao XLE! Em outras palavras, a estatal brasileira perdeu algo como 80% de seu valor em comparação com uma cesta de empresas americanas do mesmo setor! É ou não é um espanto?” 


Obs.: XLE é o índice de empresas do setor de energia nos Estados Unidos.




Petrobras: o retrato da destruição – segunda parte - veja.abril.com.br


Deste artigo, copio quase sua íntegra, e espero que seja perdoado pelo articulista, dada a gravidade da situação:

“No primeiro ano de gestão da presidente Dilma, a Petrobras tinha um valor de mercado entre 350 e 400 bilhões de reais. Em contrapartida, seu endividamento líquido (descontada a posição em caixa) era de apenas 50 bilhões de reais. Ao longo desses últimos anos, porém, o valor de mercado foi caindo, enquanto a dívida não parava de subir.
A fotografia atual é bem diferente daquela inicial: hoje, a estatal possui um valor de mercado próximo de 200 bilhões de reais, quase a metade do valor em 2010. Por outro lado, a dívida líquida já quase alcança o mesmo valor. A Petrobras vale cada vez menos, e deve cada vez mais. Até quando ela aguenta nessa toada?”



Alguns textos:

Marina Dutra; Apesar das dificuldades financeiras, Petrobras investe R$ 41,7 bilhões -
www.contasabertas.com.br


Petrobras anuncia que ano de 2013 será de novas dificuldades - g1.globo.com


Alguns problemas em paralelo:


Subsea 7 sofre com projeto da Petrobras e culpa dificuldades no Brasil - noticias.r7.com


Alguns diretos:


Problemas de caixa da Petrobras começam a contaminar parceiros - Companhia tem atrasado pagamentos a fornecedores e provocado dificuldades financeiras na cadeia de prestadores de serviços - economia.ig.com.br


Os problemas de produção:


Queda de produção da Petrobrás preocupa ANP - economia.estadao.com.br

Neste artigo destaco:

“Apesar do sucesso do pré-sal, fontes na Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do governo estão preocupadas com o declínio de produção em campos antigos.”


Sobre o “represamento” de preços:

Ameaça à Petrobrás e ao País -
www.estadao.com.br


Neste, destaco:

“O governo insiste num jogo perigoso ao conter politicamente os preços dos combustíveis para frear o índice de inflação - apenas o índice, porque em algum momento será preciso soltar os preços reprimidos ou pagar muito caro por distorções geradas por essa política. “

Uma observação mais que pertinente: conter custos na esperança de conter inflação é como conter um volume de um rio com uma represa para manter as margens abaixo com menor nível d’água. Pode ser feito temporariamente, mas adiante, não terá como a situação não chegar a um ponto de colapso, e o cenário como um todo piorará, com saltos bruscos dos custos envolvidos e uma deterioração total da confiança, exatamente como uma represa excessivamente mantida em seu represamento chega ao ponto ou de ruptura, ou de abertura emergencial com danos no adiante do fluxo do rio.


Sobre o uso como ferramenta econômica politicamente conduzida:

Petrobrás reforça o caixa -
www.estadao.com.br

Destaco:

“Utilizada politicamente durante os dois mandatos de Lula na Presidência da República, a Petrobrás foi obrigada a assumir empreendimentos e investimentos que não correspondiam a seus interesses empresariais nem aos interesses do País, e não tinham fontes de financiamento asseguradas. O registro, no segundo trimestre do ano passado, do primeiro prejuízo trimestral em 13 anos foi o resultado financeiro mais óbvio do modelo de gestão imposto à empresa pelo PT.


A perda da autossuficiência de petróleo do País e a estagnação da capacidade de refino da empresa, que se viu forçada a importar quantidades crescentes de combustíveis, com grandes perdas financeiras, são outras consequências dessa gestão.


O plano de negócios da Petrobrás para os próximos cinco anos tenta, de algum modo, recuperar a empresa financeira e operacionalmente.“


Mas “a coisa” já vem de tempos:

Dificuldades desaceleram planos ambiciosos da Petrobrás no pré-sal - economia.estadao.com.br


Extra

É sempre citada entre diversos frequentadores do blog Bolha Imobiliária e outros círculos de debates sobre temas econômicos a “ilusão” do crédito. Sobre isso, percebi que as Casas Bahia e outras estão com a maravilhosa técnica de Valor = X ; parcela = X/10; mas o número de parcelas =15.

Ou seja: Soca-se 50% no valor, divide-se por 10, que é fácil da 666 ..., perdão, uma gíria do blog, vítima ler e sapeca-se o infeliz com 15 parcelas!


Quanto é o juros disso para o caso “sem entrada”?


Pai Xicão* e seu velho Cálculo Numérico chega lá, rapidamente: Planilha. 5,5565%. Não é pouco.

O personagem que criei para tal blog.


Um aperto que ganhou o divertido apelido de NABO virá, e será até na forma de uma lavadora tanquinho.


A resposta a isso, taxa devida contra taxa recebida? Comprar á vista após economizar, nada mais simples.

sábado, 17 de agosto de 2013

Pressão de Crédito - Um acréscimo




www.tocadacotia.com

'Dúvida agora é se há um subprime brasileiro' - www.estadao.com.br

Destaco:

"[...] se o crédito às famílias sobre o PIB não chegou a 80% – na Espanha, essa relação é de 140%."

Continuando minha análise, por este valor (adicionado de um PIB per capita de US$ 28.830) a Espanha apresenta uma pressão de crédito sobre a renda de 48,56, ainda menor que a do Brasil para crédito sobre PIB de 55,2%.

Se nos últimos meses o Brasil expandiu ainda mais o volume de crédito frente ao PIB, nosso problema tornou-se ainda maior.

Atualizando minha planilha:
docs.google.com

Destaquemos também:

“Pode ser o problema desse fluxo que cria duas incompatibilidades. A primeira é pedir emprestado no curto prazo para uma classe que não vai pagar pelos próximos 20 anos. E a segunda é que me endividei em dólares e emprestei em reais. Essas duas distorções são ruins.”

Este problema já era apontado há anos por diversos economistas (
e humildemente, também por este autor), no que era então um problema para as construtoras e todo o sistema de financiamento imobiliário, que tomava dinheiro “hoje” para financiar algo que estava sendo colocado para pagamento em 20 anos, e o prazo em muitos casos foi estendido primeiro para 30 anos e posteriormente para 35.

O caso de Portugal é exemplar de processo similar ao que passamos, com os “pequenos detalhes” que possuem um PIB de  US$ 247 bilhões e per capita de US$ 23 mil, de onde nosso problema é imensamente maior e simultaneamente de muito maior pressão sobre a população:

“Veja-se o caso das famílias aprisionadas às suas casas, sonhos de vidas de muitos, compradas por valores de topo de especulação imobiliária, financiadas a 100 ou mais por cento por uma banca extremamente permissiva, que agora acordam com volumes de crédito na praça muito acima do valor de mercado da sua casa. Que pesadelo…” -
E o feitiço vira-se contra o feiticeiro… - www.bridges-advisors.com

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Um pronunciamento de Mantega


crazyseawolf.blogspot.com

MANTEGA: 
NÃO TEM FUNDAMENTO CERTO PESSIMISMO EM CERTAS ANÁLISES POR AÍ
São Paulo, 16/08/2013 – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse há pouco, durante entrevista coletiva após ter participado do Fórum Nacional de Empresários, que a economia brasileira tem se comportado razoavelmente bem. Ele disse que não “tem fundamento certo pessimismo em certas análises por aí”. De acordo com Mantega, alguns setores da economia
já estão crescendo, citando como exemplo o setor automotivo, construção civil e químico. “A economia cresceu razoavelmente no primeiro semestre e deve continuar crescendo no segundo semestre”, afirmou o ministro.
Ele reconheceu haver ainda alguns problemas decorrentes da economia internacional, que ainda não foram resolvidos, mas que já há sinais de algum crescimento no setor externo. “Se não for em 2013, será em 2014 a retomada da economia internacional que impulsionará a brasileira”, continuou. Mantega também avaliou que a inflação no primeiro semestre “causou algum estrago”, corroendo o poder de compra de uma
parcela da população. Mas de acordo com o ministro, a inflação já começa a dar sinais de estabilidade. Isso, somado ao aumento do crédito, trará algum estímulo ao comércio varejista, segundo Mantega. Ele afirmou que, no primeiro semestre, o varejo não foi bem, mas que dará uma virada na segunda metade do ano.  - economia.estadao.com.br



Rapidamente, três das falácias recorrentes deste senhor:


1) “problemas decorrentes da economia internacional”


Do que raios ele está falando? Se tal argumento fosse válido, não teríamos o desempenho mais pífio entre os BRICS[Nota 1], e não teríamos também desempenho mais pífio que os latino-americanos [Nota 2], muitas vezes, com economias muitíssimo mais fracas e menos integradas no internacional que nós.


2) “a inflação já começa a dar sinais de estabilidade”


Sim, por analogia, um prejuízo estável de 6% ao ano não é um problema, pois é estável, ou um câncer crescendo estavelmente não seria uma moléstia.


O problema não é ser estável, e sim, ser alta[Nota 3], e pior, renitente – o que é uma palavra desagradável para “estável”, no caso.


3) ” Isso, somado ao aumento do crédito, trará algum estímulo ao comércio varejista”


Sem querer parecer ser muito “austríaco”, que nem a pleno sou, então, por que não elevar a cessão de crédito pública para o dobro[Nota 4], já que tal seria solução?


Exatamente porque crédito não é a solução![Nota 5]

Acrescento uma citação simplíssima, direta e clara:

E tudo isso não basta. No último dia 05 de fevereiro, o Ministro da Fazenda Guido Mantega disse para jornalistas que a solução para o endividamento da população seria mais crédito: Se aumentar o volume (de crédito), melhora a economia e cai a inadimplência. Esta é que é a questão. Chega uma hora em que a inadimplência, para cair, precisa de mais crédito. O cidadão que pegou um empréstimo, depois ficou sem crédito para poder pagar a conta. Porque é assim: o tomador paga o crédito tomando novo empréstimo, isso se chama rolagem.” Lamentavelmente, os danos para nossa economia serão gigantescos caso perpetuemos este tipo de política econômica. Não há como curar o paciente com o mesmo veneno que o intoxicou. Quem pode achar ser saudável emprestar o dinheiro que não se tem? Se não é saudável para as finanças de ninguém, por que seria para o país?



Insanidade em indivíduos é algo raro - mas em grupos, festas, nações e épocas, ela é uma regra. - Friedrich Nietzsche


Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes. - Albert Einstein




Notas


Nota 1: Brasil deixa de ser lanterna dos Brics e fica atrás apenas da China, diz IBGE - economia.ig.com.br


Nota 2: Paulo Kliass; Mais razões para outro PIB fraquinho em 2013 - www.cartamaior.com.br


Nota 3: LUCIANNE CARNEIRO; Cenário da inflação ainda é adverso e variação em doze meses é alta, dizem economistas - oglobo.globo.com


Nota 4: Neste campo, leitura não falta.

4.1. Rodrigo Constantino; Crédito murchando -
rodrigoconstantino.blogspot.com.br
4.2. Rodrigo Constantino; Caixa de Pandora -
veja.abril.com.br
4.3. Rodrigo Constantino; O estado banqueiro - veja.abril.com.br
4.4. Rodrigo Constantino; A economia brasileira encontra-se em uma encruzilhada - www.imil.org.br
4.5. Alexandre Schwartsman; A razão do "pibinho" - www1.folha.uol.com.br
4.6. Alexandre Schwartsman; Non sequitur - www1.folha.uol.com.br

Nota 5: Intervencionismo - Uma análise econômica - Capítulo III - INFLAÇÃO E EXPANSÃO DO CRÉDITO -
www.mises.org.br


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Pressões econômicas




Resumo


Uma rápida análise das proporções entre carga tributária e renda, expressa pelo PIB per capita, e por similaridade, a proporção entre volume de crédito e renda.

                eduardohomemdecarvalho.blogspot.com



Pressão tributária


Definamos primeiramente o conceito de pressão tributária.

A carga tributária sobre o PIB é uma medida de quanto a economia de uma nação tem de se esforçar para pagar os custos de seus estado, não interessando o retorno deste custo em serviços (ou mesmo benesses) à sua população.


Assim, por este valor, já detectamos que temos problemas. Países ricos como a França (1° no ranking, 44%), a Alemanha (2°, 43%), com seus estados altamente protetores e provedores, mesmo se inspirados, num determinado momento, no “tratamento holandês” (Holanda, 38%, 4°) são coerentes. Uma nação imensamente rica como os EUA, paradoxalmente, tem carga de 24% sobre o seu colossal PIB (15°) - e citaria que ao contrário do que muitos pensam, um orçamento militar baixo em relação a este. Exemplo similar é o Japão, com 23%, idêntico à Austrália, respectivamente 17° e 18° no ranking.[1]


Países de acelerado desenvolvimento como a China (24%, 16°), Rússia (19%, 20°), Índia (12%, 22°) e México (10%, 23°) já mostram nossa anomalia, como sendo o 6° com carg de 34%, e para nossa tristeza, com retorno em serviços para a população entre as piores colocações.[2]


Notemos que incorreções e desatualizações nos números são insignificantes frente ao problema.


Pressão tributária é um índice, diria “forçado”, que interpreta o quanto não a carga tributária implica sobre a economia, mas sobre a renda de cada indivíduo. É expresso, por exemplo, pela razão entre a carga tributária tributária sobre o PIB, digamos em percentual, pelo PIB per capita. Neste caso, esquece-se a unidade, pois surge um valor que serve como um termômetro de quanto os indivíduos estão se sacrificando pela tributação. Outros autores, muito mais criteriosos poderiam fazer correlações diversas destas, com outros valores, mas a medida buscada seria a mesma, monstrando que a China, com sua enorme população, carrega, mesmo com carga tributária igual aos EUA, menos cada indivíduo devido a ter população maior, esquecendo-se o fato de que possui economia pouco menor, ou que a Alemanha, mesmo com carga tributária mais alta, carrega menos seus indivíduos que o Brasil, exatamente por possuir renda mais alta.


Aqui, apresentamos pressões tributárias em % da carga tributária sobre o PIB, dividido pelo PIB per capita, multiplicado por 1 milhão para termos um valor fácil de ser lido, até a segunda casa decimal.


País
Carga Trib./PIB
PIB Per Capita
Pressão Tributária
Índia
12%
1527
78,59
China
24%
6094
39,38
Brasil
34%
12078
28,15
Rússia
19%
13542
14,03
México
10%
9489
10,54
França
44%
44400
9,91
Alemanha
43%
44555
9,65
Holanda
38%
47172
8,06
Japão
23%
45774
5,02
EUA
24%
48147
4,98
Austrália
23%
66983
3,43


Valores do PIB per capita coletados da trivial Wikipedia.

Para formato planilha, ver
docs.google.com.


Notemos que nesta situação, do conjunto apresentado, somos a terceira pressão tributária mais alta, só perdendo para dois países de renda mais baixa que a nossa, e repetimos, infelizmente, bastante distantes de diversos países ricos, que pela maneira com que calculamos tal “termômetro”, situam-se em valores menores que uma dezena.

Gosto de explicar esta grandeza citando que um americano médio, se carregado com mais 10% em sua renda com carga tributária, passará a ter uns residuais 44 mil dólares por ano, o que o fará ainda ser mais rico que um francês. Já um brasileiro, com a mesma adição de carga tributária, que será de apenas mais 1200 dólares, se tornará mais pobre ainda.


Uma similar pressão do crédito

Por similaridade, podemos fazer o mesmo para o volume de crédito sobre PIB, contra a renda, e obter um avaliação da “pressão de crédito”. Novamente multiplicamos a razão crédito sobre PIB pelo PIB
per capita multiplicado por um milhão, visando um valor mais sensível rapidamente.


Percebe-se que nos países apresentados, já ocupávamos a segunda posição em 2008, e em 2012, passamos à primeira posição, sendo que todos os países aí mostrados tem um PIB per capita pelo menos mais de 3 vezes o nosso. O problema é de tal monta que novamente repetimos que imprecisões, fontes desatualizadas e flutuações oriundas de erros até significativos não alteram a análise.


País
Crédito sobre PIB
PIB per capita
Pressão do Crédito
Brasil (2012) [5]
55,2%
11303
48,84
Grã-Bretanha, considerado Reino Unido [3]
160%
36119
44,30
Brasil (2008) [4]
37%
8628
42,88
EUA [3]
180%
48147
37,39
Itália [3]
90%
37046
24,29
Suiça [3]
160%
75835
21,10
França [3]
90%
44400
20,27

Para formato planilha, ver
docs.google.com .

Citamos: “Em relação ao BRICS somos o terceiro país com a maior relação crédito PIB, estamos a frente da Rússia e Índia, mas muito atrás de China (136% do PIB) e África do Sul ( 145%/ PIB).”
[6]


Um gráfico do crédito em relação ao PIB mostra a curva que estamos cursando:
Em valor




Um somatório de exposição dos dois tipos de dados pode ser visto em:





Dados formulados pelo economista Fernando Nogueira Costa.[6]

Por similaridade podemos explicar esta grandeza citando que um americano médio, se carregado com mais 10% em sua renda com necessidades de pagamento de crédito, disporá ainda de também residuais 44 mil dólares por ano, o que ainda o fará ainda ser mais rico que um francês. Já o brasileiro, com a mesma adição de custos da tomada de crédito, novamente os mesmos 1200 dólares, disporá menos ainda para opções em seu consumo.



Apêndice

Para crédito imobiliário sobre PIB, recomendamos:

Países que apresentam uma elevada relação Crédito ... - CDES




Em PPT: www.cdes.gov.br/.../paulo-safady-simao-credito-imobiliario-.html



Referências
1. Rodrigo Piva; Países com as maiores cargas tributárias do mundo - curiosando.com.br


2. Rodrigo Piva; Brasil fica em último lugar em Índice de Retorno à Sociedade pelo que se paga em Impostos - curiosando.com.br


3. Relação crédito-PIB no Brasil é inferior a de outros países - opiniaoenoticia.com.br


4. Economia Brasileira -  www.suapesquisa.com


5. Política Monetária e Operações de Crédito do SFN - www.bcb.gov.br


6. Crédito ao Setor privado em % do PIB - economidiando.blogspot.com.br