sábado, 6 de agosto de 2011

Alguns palpites

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Dívida dos EUA


Terrível quadro. A dívida dos EUA chegou a US$ 14,3 trilhões, 100 % do PIB.


Pouco interessa esta porcentagem, pois o Japão, por exemplo, já chega a 225.9% do PIB (www.usnews.com).


A dívida foi ampliada em US$ 900 bilhões, pouco mais de 6%. Pois bem: a inflação dos EUA tem chegado a 3% ao ano, mas coloquemos, como é esperado para as nações anglo-saxãs, que se situe numa média de 1,5% para os próximos 4 anos. Mesmo sem recorrer à progressões mais complexas, estes 6 % serão cobertos por inflação nestes próximos 4 anos. Ou seja, o próximo presidente dos EUA terá apenas de corrigir o endividamento pela moeda para mantê-lo igual.


Os EUA pagam terríveis juros por esta dívida. Curiosamente, muito menos que qualquer país, destacadamente o nosso, e em determinados períodos, com juros negativos frente à sua inflação.


A China é inexoravelmente obrigada a comprar tais títulos, e quem paga o custo de tal fluxo é exatamente o total de países (lembremos que os EUA não são mais os 50% da economia global desde os anos 50) que importa camisetas, sapatos baratos, canetas e todo tipo de traquitana eletrônica de baixo preço, como por exemplo, o Brasil.

Conclusão: nós estamos com problemas, não os EUA.



Incentivo em Impostos à Indústria

Vamos fabricar mais carros para por em nossas já atupetadas cidades e estradas?

Sim, evidente.

Vamos beneficiar os fabricantes de tais produtos, e lhes gerar mais lucros?

Sim, óbvio.

Os proprietários destas empresas são brasileiros, e manterão seus lucros aqui?

Ops, não!

Beneficiaremos estadunidenses, europeus, japoneses, coreanos e até chineses e indianos, se estabelecendo aqui em ondas de migração de parque industrial.

Uma linha de montagem de moderna fábrica de automóveis, onde se vê a vastidão de trabalhadores que tal exige, em contraste com as desertas e robotizadas fábricas de, por exemplo, camisetas, aquelas coisas desnecessárias e extremamente duráveis, que serão compradas por nossas massas de menos favorecidos (motordream.uol.com.br).


Claro que estes geração empregos, e estes pagarão salários. Mas o evidente, o óbvio é que comprarão camisetas, sapatos baratos, canetas e todo tipo de traquitana eletrônica de baixo preço importado, pois a indústria brasileira, realmente brasileira, de produtos de consumo popular, está sendo feita em pó, e com a ajuda de problemas da dívida do governo dos EUA (não de sua economia como um todo) em fluxo para compradores de títulos para manter sua moeda artificialmente baixa para nos tornar reféns de uma incapacidade cambial de enfrentar seus custos em produtos industrializados - altamente agregadores de valor, e tornar nossas mercadorias (estritamente de setor primário) otimamente baratas.

Conclusão: nós estamos com terríveis problemas, não os EUA.

Calados x portos, mostrando uma das coisas que fará piorar nosso quadro em futuro próximo  (www.zonaapple.com).
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