domingo, 27 de setembro de 2009

O sabiá que quer se tornar harpia

Desde a administração de nossas finanças pessoais, passando por empresas de qualquer tamanho e até governos, devemos escolher prioridades. Em administração de empresas em crise, defendo o foco em fornecedores/prestadores de serviço prioritários, que chamo de nevrálgicos, os mais, como defino, "geradores principais", pois eles sustentarão o fluxo de despesas no tempo, e não outros.

Um estado qualquer não é diferente. Aliás, destaque-se, nenhum estado por mais rico que seja não é diferente.

Um país que carece desde alimentos para frações de sua população, sistema de saúde público, segurança (no sentido policial) e dentro apenas destas três variáveis não consegue respectivamente: gerar renda para seus cidadãos para que não tenha que se preocupar com sua alimentação, nem com sua saúde a não ser em escala de epidemias e tampouco manter estruturas policiais capacitadas e bem pagas, logo não pode ainda pensar em se estabelecer com o potência regional, nem mesmo quando antes disso, necessite ao menos ter controle sobre suas fronteiras.

Recentemente vemos o governo brasileiro, que definamos, não é propriamente o Brasil, enveredar por planos de compras mirabolantes de caças supersônicos e submarinos.

No campo da força aérea, passamos já por opções de compras de Sukhoi Su 35* (estimativas de 45 a 65 milhões de dólares).

*Como coisa que nosso país tivesse mínima necessidade de interceptação de algum bombardeio pesado de grande altitude/velocidade das forças armadas dos países desenvolvidos, e como coisa principalmente que tais caças não seriam primeiro destruídos em solo por dezenas de bombas inteligentes destas mesmas forças agressoras, ainda que em balanço em combate conseguissem abater significativo número de atacantes. Este apontamento vale para todos os caças que apresentaremos.

Passamos por compras de F16 de valor de até 18,8 milhões de dólares, pelo Mirage 2000-5Br (23 milhões de dólares) e pelo JAS-39 Gripen (40 a 61 milhões de dólares). JAS-39_Gripen

Recentemente, estreitaram-se as opções entre o F18 (29 a 57 milhões de dólares), o Gripen (40 a 61 milhões de dólares), inclusive com a proposta de ser fabricado em território brasileiro, com a Embraer, e destacadamente no jogo político (como se isso intereressasse a fundo em estratégia militar e compra de equipamentos) Rafale (82 a 93 milhões de dólares).

Portanto, vemos que o orçamento unitário variou de 18 a 93 milhões, o que para 36 caças significaria de 0,6 a 3,3 bilhões de dólares.

Sempre confiei em números simples e claros, em modelos simplificados.

Com este valor de dinheiro, poderia se fabricar em território brasileiro o AMX ou o Mako Em quantidade de 38 a mais de 200 unidades, ou ainda no mínimo 60 Super Tucano e parar-se de pensar em delírios como o de enfrentar apenas em F16 (sem contar os restantes) mais de 1200 unidades dos EUA (o que me lembra a banal idéia, de como qualquer industrial de pequeno porte, ao invés de comprar maquinário novo, comprar usado da empresa maior que o disponibiliza para sua renovação de equipamento) e tratar de fazer o que necessitamos, que é forçar ao solo, capturar e até abater aeronaves de motor a pistão de traficantes de drogas e armas, descaminhistas e contrabandistas diversos, vigiar pistas de pouso destes e outras questões menores, como até a pacífica inicialmente vigilância de desmatamento de nossas florestas.
E ao que me parece, este volume de dinheiro ficaria predominantemente em nosso território e poderia gerar emprego para que o governo federal tenha de se preocupar menos com alimentação, menos com segurança pública e até se dedicar a gastar em saúde, onde ao que parece, já tem problemas bem maiores de seus cidadãos do que com bombas de qualquer de seus vizinhos, embora tenha com balas perdidas de armas de guerra e granadas em suas próprias cidades.



Voltando ao campo do ambiental e ecológico, se tal não o fizermos desde já, mais cedo ou mais tarde as nações mais poderosas do mundo se unirão, talvez por motivos exatamente nevrálgicos de sobrevivência, e imponham pela força das armas que tratemos de cuidar de nosso quintal, antes que tenhamos de cuidar do quintal dos outros.

O sabiá deve cuidar de seu ninho, antes de tentar ser a poderosa harpia em caça.

A seguir, pretendo tratar das forças terrestres de um estado que nem consegue alimentar, quanto mais pagar suas tropas dignamente, e esqueceu que sem desenvolvimento e produção de equipamentos e materiais militares, não se fabrica nem uma máquina de café expresso que se apresente, e obviamente, também não um avião supersônico de combate.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Confissões



Lembrando de Agostinho de Hipona, aquele que é chamado pela influência da Igreja Católica de Santo Agostinho, abro este blog, onde colocarei minhas observações sobre questões de Economia, Mercado e Finanças, assim cmo também sobre inseparáveis questões em Política, por confissões de meus credos nestes campos. Ao longo de suas edições, voltarei a colocar outras, ainda em elaboração.

Acredito que o sistema econômico capitalista é o único capaz de globalmente gerar riqueza, mas acredito que somente o faz quando foca-se na distribuição da riqueza gerada entre as classes que naturalmente forma.

Acredito que a economia está destinada ao desastre se mais que o capital e o trabalho, não respeitar a natureza e conservá-la, pois toda a riqueza advém fundamentalmente, pelo trabalho, dela.

Acredito que os maiores ganhos econômicos se dão quando simultaneamente o capital privilegia no global a distribuição dos ganhos aos trabalhadores em todos os seus níveis e quando fatores ecológicos são tratados como fundamentos para a sustentabilidade de uma atividade a longo prazo.

Acredito que quanto maior a velocidade de liquidez desde a classe alta, proprietária dos meios de produção, para a classe média, administradora dos meios de produção, e (e desta) para a classe trabalhadora basal, propriamente dita, sustentáculo final da pirâmide social e única em contato com o ente econômico natureza, maior a distribuição e conjuntamente a geração de riqueza.

Acredito que o valor das mercadorias e serviços não podem ser estabelecidos por qualquer critério único e simples, e tem de incluir o imponderável e o subjetivo, o desejo pelo seu consumo ou requisição.